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16 DE MARÇO DE 2017

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Contrariamente àquilo que disseram — e ontem foi evidente —, connosco não houve menos, houve mais.

Houve mais professores no sistema de ensino, mais psicólogos, mais pessoal não docente, mais obras nas

escolas, mais envolvimento do poder local…

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Queira terminar, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Susana Amador (PS): — … e, sim, mais igualdade e mais equidade.

Até as visitas de estudo aos alunos carenciados os senhores cortaram.

O Sr. Porfírio Silva (PS): — Exatamente!

A Sr.ª Susana Amador (PS): — E nós retomámos recentemente as visitas de estudo e atribuímos os manuais

escolares.

Aplausos do PS.

É que, acima de tudo, acreditamos que é pela escola, pelo ensino e pelo conhecimento que vamos lá e não

pela política de cortes.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Queira terminar, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Susana Amador (PS): — Instabilidade foram VV. Ex.as que criaram, interrompendo um fio condutor

que mais nenhum governo do PSD ousou interromper, ao longo de 40 anos de democracia. Vocês fizeram-no.

E mal!

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada

Joana Mortágua.

A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Pedro Alves, o Governo publicou — e esteve

até há pouco tempo em consulta pública — aquilo que pretende ser o perfil dos alunos à saída da escolaridade

obrigatória. Este perfil dos alunos estuda, reflete — veio de um grupo de trabalho — as competências que os

alunos devem ter ao sair da escolaridade obrigatória. E por competências quer-se dizer mais do que

conhecimentos, quer-se dizer atitudes, capacidades. Por competências quer-se dizer coisas que envolvem

raciocínios complexos, saber fazer, saber estar, resolver problemas, literacias, pensamento crítico, pensamento

criativo, competências que envolvem tanto técnica, como estética, como teoria, autonomia, consciência. Tudo

isto faz parte do perfil do aluno que se quer obter à saída da escolaridade obrigatória.

É um perfil do aluno que nada tem a ver com o aluno do século XIX, nem com a escola do século XIX, do

aprender a ler, a escrever e a contar. É verdade, é um perfil muito mais complexo e muito mais difícil.

O que queria perguntar ao PSD é se está de acordo com este perfil do aluno, tão complexo e tão difícil, que

está a ser definido. É que este perfil do aluno não é compatível com o atual currículo das escolas e não é

compatível com os atuais programas existentes nas escolas.

Portanto, se queremos este perfil novo do século XXI, temos de repensar o atual currículo que não tem

cidadania, que não tem prática, que não tem espaço para a música, para a arte e para as aulas experimentais.

Portanto, o grande risco que corremos agora não é o risco de não mudar. O risco que corremos agora é o

de, ao fazermos esta avaliação, não identificarmos os erros do passado. A Escola Secundária de Camões, como

tantas outras escolas, entusiasmou-se com este processo e emitiu um parecer sobre este plano de

competências, este perfil do aluno, o que demonstra como este perfil do aluno está a ser discutido. Refere a

Escola Secundária de Camões nesse parecer que, para ser honesto, este perfil do aluno tem de ser

acompanhado de mudanças nas escolas, tem de ter um efeito prático. E este é o grande desafio.