22 DE ABRIL DE 2017
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onde são torturados por espancamento e com recurso a choques elétricos. Até à data, foram registadas três
mortes.
Este atentado aos direitos humanos enquadra-se numa política mais geral de perseguição continuada à
população LGBT levada a cabo pelo Governo da República da Chechénia.
Assim, a Assembleia da República, reunida em Plenário, condena a perseguição à comunidade LGBT pelo
Governo da República da Chechénia e apela à libertação de todos os cidadãos presos.
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Peço a palavra, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: — Para que efeito, Sr.ª Deputada?
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Sr. Presidente, para informar que, relativamente a esta última votação, o Grupo
Parlamentar do PCP apresentará uma declaração de voto.
O Sr. Presidente: — Fica registado, Sr.ª Deputada.
Passamos aos votos n.os 283/XIII (2.ª) — De repúdio pelas ações de ingerência e desestabilização contra a
República Bolivariana da Venezuela e de solidariedade com o povo venezuelano (PCP) e 287/XIII (2.ª) — De
condenação pelo agravamento da situação de instabilidade e insegurança na Venezuela (CDS-PP).
Tem a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Sara Madruga da Costa, do Grupo Parlamentar do
PSD.
A Sr.ª Sara Madruga da Costa (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O que se passa na
Venezuela, onde vive 1 milhão de portugueses e luso-descendentes, muitos deles originários da Madeira, é uma
tragédia. Na Venezuela falta tudo, falta tudo o que de mais básico se possa imaginar: pão, comida,
medicamentos, água, luz, segurança.
Na Venezuela as manifestações terminam com presos, mortos e feridos. Na Venezuela o delito de opinião é
punido com o espancamento e prisão. Na Venezuela há o perigo eminente de armamento civil e incitação à
violência.
Sr.as e Srs. Deputados, ninguém pode ficar indiferente à grosseira violação dos direitos humanos que se vive
na Venezuela.
Hoje é dia de apelar à paz, à contenção, ao respeito pelos direitos humanos e a uma solução pacífica e
democrática para a Venezuela. É preciso defender a separação de poderes, o respeito institucional e sobretudo
o povo da Venezuela.
Mas não podemos deixar de assinalar que é chocante que o PCP tenha a coragem de apresentar um voto a
defender um regime político ditatorial em vez de defender o povo venezuelano e os portugueses que lá vivem.
Vozes do PSD e do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Quem é que há três anos estabeleceu relações comerciais com a Venezuela?!
A Sr.ª Sara Madruga da Costa (PSD): — O PCP está a branquear o que se passa na Venezuela. Falar de
ingerência externa é ser cúmplice do regime antidemocrático da Venezuela. É chocante que o PCP continue a
colocar à frente da defesa dos direitos humanos uma ideologia ultrapassada, antiquada e caduca.
Estamos a falar de venezuelanos e de mais de um milhão de lusodescendentes e de madeirenses que sofrem
com este regime. É inaceitável que um partido que faz parte de uma solução de Governo, de um País
democrático como Portugal, se coloque ao lado de uma ditadura.
Para o PSD a escolha é simples: o PCP está do lado do regime venezuelano, o PSD está do lado do povo
venezuelano.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O PCP escolhe defender o regime ditatorial, o PSD escolhe defender a democracia.