I SÉRIE — NÚMERO 79
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e perigoso, com consequências humanitárias desastrosas não só para o povo da Venezuela como para a vasta
comunidade de portugueses e lusodescendentes que lá residem.
Portugal deverá empenhar-se, em conjunto com os parceiros europeus, em exigir às autoridades
venezuelanas a cessação imediata da violência contra a contestação democrática, porque só a contenção da
violência poderá possibilitar a restituição da ordem constitucional, permitindo a um país, tão determinante na
região e com mais de dois séculos de história, evitar qualquer espetro de conflito armado.
A decisão do regime de Nicolás Maduro de armar mais de 500 000 civis e formar milícias e grupos
paramilitares pró-governamentais para conter violentamente a contestação pública é, neste contexto,
particularmente preocupante.
Assim, a Assembleia da República:
1) Condena o agravamento da situação política e social na Venezuela e a perturbação grave da ordem
democrática, com consequências terríveis para o povo venezuelano e para a comunidade portuguesa residente
naquele país;
2) Insta as autoridades venezuelanas a instaurar e a conter a violência e a respeitar os direitos da oposição
democrática, restituindo a ordem constitucional na Venezuela;
3) Apela às autoridades da Venezuela para que, face à situação humanitária existente, permita a atuação
das organizações internacionais de ajuda humanitária no apoio às populações carenciadas.
O Sr. Vitalino Canas (PS): — Sr. Presidente, peço a palavra.
O Sr. Presidente: — Pede a palavra para que efeito, Sr. Deputado?
O Sr. Vitalino Canas (PS): — Sr. Presidente, é apenas para informar que apresentarei uma declaração de
voto sobre as votações que acabámos de realizar.
O Sr. Presidente: — Fica registado, Sr. Deputado.
Tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Neves.
O Sr. Paulo Neves (PSD): — Sr. Presidente, também quero informar que irei apresentar uma declaração de
voto.
O Sr. Presidente: — Fica registado, Sr. Deputado.
Passamos à votação do voto n.º 284/XIII (2.ª) — De repúdio pelo agravamento da situação internacional e
de apelo à defesa da paz (PCP).
Relativamente a este voto também foi solicitado, pelo PAN, a votação em separado do ponto 1.
Assim, vamos votar o ponto 1.
Submetido à votação, foi rejeitado, com votos contra do PSD, do PS e do CDS-PP, votos a favor do BE, do
PCP e de Os Verdes e a abstenção do PAN.
Passamos à votação dos pontos 2 e 3 do mesmo voto.
Submetidos à votação, foram aprovados, com votos a favor do PSD, do PS, do BE, do PCP, de Os Verdes e
do PAN, votos contra do CDS-PP e abstenções dos Deputados do PS André Pinotes Batista, Carla Tavares,
Francisca Parreira, Hortense Martins, Sofia Araújo, Vitalino Canas e Wanda Guimarães.
O voto é do seguinte teor:
O mundo foi confrontado nas últimas semanas com um perigoso agravamento da situação internacional, em
resultado das ações belicistas protagonizadas pelos EUA — acompanhados pelos seus aliados e a cobertura
de uma ampla campanha de desinformação —, que suscita a maior preocupação pelas suas graves e
imprevisíveis consequências para a segurança e a paz.