12 DE MAIO DE 2018
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O Sr. António Sales (PS): — O PSD, às segundas, quartas e sextas, vota contra aquilo que defende nos
restantes dias da semana, de acordo com os seus interesses políticos do momento e a sua agenda de
circunstância. É um verdadeiro barco à deriva, ao sabor da oportunidade política.
Vozes do PS: — Muito bem!
Protestos da Deputada do PSD Carla Barros.
O Sr. António Sales (PS): — O PSD não tem propostas, não tem ideias e não apresenta soluções.
Protestos do PSD.
Limita-se a ir a reboque de agendas reivindicativas que lhe são impostas, ou pelos meios de comunicação
social ou pelas corporações, ou talvez até tenha uma agenda escondida — sabe-se lá! — que passe pela
menorização e privatização do Serviço Nacional de Saúde, fazendo relembrar tempos bem recentes.
Protestos do PSD.
A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — Pois é!
O Sr. António Sales (PS): — Sr.as e Srs. Deputados, uma vez mais, o que ouvimos aqui hoje, na sequência
do último debate quinzenal, foi a tradução do atual estado de saúde do PSD: um PSD à beira dos cuidados
intensivos, que não consegue fazer uma proposta, manifestar uma ideia ou apresentar uma solução.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — O PSD ainda nem falou! Isso é ridículo!
O Sr. António Sales (PS): — Quanto ao PCP, Srs. Deputados, negociar não significa ceder mas, sim,
estabelecer compromissos entre as partes. Foi isso que fizemos quando, há dois meses, aprovámos o vosso
projeto de resolução e é o que estamos a fazer hoje, quando, de uma forma responsável, assumimos que não
está tudo bem e que, por isso, precisamos de trabalhar diariamente para melhorar muitas das condições atuais
do Serviço Nacional de Saúde, respeitar as justas ambições das classes profissionais e, gradual e
progressivamente, ir ao encontro daquelas que são as suas legítimas expectativas.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. António Sales (PS): — Pergunto-lhe, por isso, Sr. Ministro, se, no atual quadro de rigor orçamental e
responsabilidade social, está agora o Governo em condições de reiniciar uma negociação calendarizada com
as diferentes classes profissionais, de acordo com as suas legítimas expectativas?
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem a palavra o Sr. Ministro da Saúde, para responder.
O Sr. Ministro da Saúde: — Sr. Presidente, Sr. Deputado António Sales, é óbvio que a resposta não pode
ser outra senão que sim, que isso está a ser feito.
Protestos de Deputados do PSD.
Apesar da exaltação e do enervamento de algumas bancadas, que tentam ocultar a realidade jogando o jogo
da perceção, com todos os grupos profissionais existem mesas negociais: com os enfermeiros, com os técnicos
de diagnóstico, com as carreiras gerais — com quem assinámos, na sexta-feira passada, um acordo histórico
—, com os farmacêuticos hospitalares.