I SÉRIE — NÚMERO 32
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Por estas razões, o Grupo Parlamentar do PSD não poderá acompanhar as iniciativas, em especial a do
PCP, que enferma de um sectarismo cego e próprio de um partido radical e extremista. Aliás, muito se orgulha
o PSD de, no último período de governação social-democrata, a descida do preço dos medicamentos…
Protestos da Deputada do PCP Carla Cruz.
Ouça, Sr.ª Deputada. É importante ouvir!
O PSD orgulha-se de a descida do preço dos medicamentos ter permitido uma poupança de mais de 300
milhões de euros para os portugueses e de quase 500 milhões de euros para o Estado!
Protestos do Deputado do BE Moisés Ferreira.
É aí que estão grande parte dos cortes que nos acusam de ter feito no SNS. Não é no acesso dos utentes
mas, sim, nas rendas excessivas. Essa é que é a verdade, Srs. Deputados.
Para terminar, refiro que o PSD entende que o Governo deve reforçar o investimento no Laboratório Militar e
deve também adaptar o regime jurídico desta importante instituição à realidade e aos desafios e exigências do
presente.
Sr.as e Srs. Deputados, é essa a grande homenagem que o Laboratório Militar merece no seu 100.º
Aniversário.
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, em nome do Grupo Parlamentar do CDS-PP,
tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Galriça Neto.
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Gostaria, precisamente, de
começar a nossa intervenção por enaltecer o papel do Laboratório Militar no serviço às populações e dizer que,
obviamente, somos os primeiros, e sabemos que não os únicos, a reconhecer a relevância do serviço que tem
prestado ao País.
As iniciativas que discutimos hoje sobre a função do Laboratório Militar são iniciativas às quais o CDS
reconhece bondade e relevância. Portanto, somos os primeiros a acompanhar o desejo do PCP e do Bloco de
Esquerda de que o Laboratório Militar possa ter mais competências na produção de mais medicamentos e de
dispositivos médicos, a bem da saúde pública.
Para nós, é bem claro que neste processo tem de se respeitar um enorme rigor técnico e sabemos que, da
parte do Laboratório Militar, existe vontade de que isso aconteça e também o desejo de que haja um
aproveitamento de toda a capacidade instalada para que o Estado não vá ter gastos desnecessários por não
aproveitar essa mesma capacidade instalada.
Ora bem, preocupados com esta questão do Laboratório Militar e do seu papel, da sua maximização, o que
fizemos precisamente há cerca de um ano? Enviámos duas perguntas escritas ao Ministério da Saúde,
questionando sobre o reforço da produção de medicamentos pelo Laboratório Militar e sobre o papel do mesmo
no tratamento industrial do plasma.
Recordamos que, em fevereiro passado, o então Ministro da Saúde, deste mesmo Governo, porque o
Governo não mudou, apesar de nos quererem fazer crer do contrário, afirmava publicamente a intenção de o
Governo colocar o Laboratório Militar a produzir medicamentos para além dos que já produz e de poder passar
a realizar o tratamento industrial de plasma.
Nesse sentido, queria lembrar também aos Srs. Deputados que foi criado um grupo de trabalho
interministerial para a área do sangue e do medicamento no sentido de fazer uma profunda reflexão sobre esta
matéria.
Ora, qual não foi o nosso espanto quando o que recebemos de resposta foi, e vou citar sucintamente, que
para que o Laboratório Militar tivesse de alterar esta produção seria «necessário modernizar e aumentar as suas
condições em aspetos relacionados com a produção, estimando-se a necessidade de efetuar investimentos na