I SÉRIE — NÚMERO 44
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O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!
O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Sr. Primeiro-Ministro, de 2017 para 2018, a taxa de mortalidade infantil
aumentou 26% — 26%, Sr. Primeiro-Ministro! No ano passado, em Portugal, morreram mais 60 crianças no
primeiro ano de vida do que no ano anterior.
Por favor, Sr. Primeiro-Ministro, não se esconda em estatísticas, não se esconda em confirmações, não se
esconda em adiamentos e diga-me o que é que está a ser feito para inverter esta tendência.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Fernando Negrão, uma coisa lhe posso garantir:
na origem do Serviço Nacional de Saúde não está o PSD, porque votou contra a criação do Serviço Nacional
de Saúde.
Aplausos do PS.
Protestos do PSD.
O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares (Pedro Nuno Santos): — É a vida!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Por isso, é muito importante que a Lei de Bases da Saúde, que está em
discussão na Assembleia da República, seja aprovada não por uma maioria qualquer mas pela maioria que
criou, apoiou, defendeu e desenvolve o Serviço Nacional de Saúde, maioria na qual V. Ex.ª não se inclui.
Aplausos do PS.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Isso não é verdade!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Queria aproveitar para lhe dizer que tivemos a oportunidade de verificar as
informações que nos prestou acerca da situação do hospital de Penafiel e do Centro Hospitalar do Tâmega e
Sousa, que, tal como disse há 15 dias, seria grave.
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Já está resolvida?
O Sr. Primeiro-Ministro: — Neste momento, a Sr.ª Ministra da Saúde está a trabalhar, em conjunto com a
administração deste Centro Hospitalar, para responder à necessidade de continuar a reduzir os tempos de
espera. Felizmente, já no ano passado eles foram reduzidos e, naturalmente, serão reduzidos com o regresso
ao serviço de duas cardiologistas que estiveram de licença parental. Apesar disso, é necessário adotar novas
medidas, porque esses tempos são inaceitáveis.
Quanto ao aumento da mortalidade infantil, obviamente, esse é um dado preocupante e que exige, como tem
dito a Sr.ª Diretora-Geral da Saúde, uma avaliação técnica de uma série longa.
Não quero reproduzir a linguagem tecnocrática com que a Sr.ª Diretora-Geral se exprimiu, mas não podemos
fazer avaliações sobre a evolução da mortalidade infantil pelas suas variações interanuais. Relativamente às
tendências, temos de analisar o que aconteceu, o que se passou, e encontrar a boa resposta técnica para o
explicar. Só com a boa resposta técnica podemos adotar as medidas políticas não para fingir que estamos a
resolver o problema mas para resolver, efetivamente, o problema tecnicamente identificado.
Aplausos do PS.