I SÉRIE — NÚMERO 64
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O Sr. Primeiro-Ministro (António Costa): — Sr. Presidente da Assembleia da República, Sr.as e Srs.
Deputados: Portugal alcançou dois anos de crescimento acima da média europeia, em 2017 e 2018, e a
generalidade das previsões, nacionais ou internacionais, apontam para que 2019 seja o terceiro ano em que tal
acontece. Algo que nunca tínhamos conseguido num único ano, desde que aderimos ao euro, alcançamos agora
e em três anos consecutivos.
Este crescimento acima da média europeia não é fruto do acaso. Acontece, porque mudámos as políticas,
porque sabemos que só existe sustentabilidade no crescimento económico se este for não só equilibrado, entre
mercado interno e externo, mas, acima de tudo, um crescimento inclusivo que reduza a pobreza e as
desigualdades.
Aplausos do PS.
Acontece, porque restaurámos a confiança de consumidores e empresas. Acontece, porque criámos as
condições para a criação de mais de 350 000 novos empregos. Acontece, porque devolvemos às pessoas os
rendimentos cortados, em salários e pensões, e porque recuperámos direitos. Acontece, porque reduzimos os
impostos sobre o trabalho em 1000 milhões de euros face a 2015.
Aplausos do PS.
Acontece, porque reduzimos os custos de contexto para as empresas, relançando o Simplex e agilizando e
melhorando o funcionamento da justiça económica.
Acontece, porque estabilizámos o sistema financeiro, porque as empresas estão hoje mais capitalizadas,
menos endividadas e menos dependentes do financiamento bancário. São empresas mais saudáveis, por via
dos apoios que criámos à capitalização empresarial e dos benefícios fiscais, alargados sucessivamente, em
cada ano da Legislatura, bem como pelas Linhas Capitalizar, que disponibilizaram 4000 milhões de euros para
o setor empresarial.
Acontece, porque apostámos na inovação como motor do crescimento e investimos na transferência de
conhecimento para o setor empresarial como motor da competitividade.
Acontece, porque demonstrámos que é possível mais crescimento, melhor emprego e maior igualdade, com
contas certas, recuperando a credibilidade e cumprindo os compromissos com os portugueses.
Aplausos do PS.
Ainda nesta última semana voltámos a assistir a uma melhoria do rating da República e os juros portugueses
atingiram novos mínimos de sempre. Ao longo desta Legislatura, a poupança em juros conseguida por esta
renovada credibilidade nas emissões de dívida já efetuadas atingiu um valor superior a 1200 milhões de euros.
Protestos do Deputado do PSD Paulo Neves.
O sucesso das políticas públicas nestes anos recentes reafirma a confiança na ambição que tem de ser o
objetivo de todos nós: assegurarmos uma década sustentada de convergência com a União Europeia.
Bem sei que, nas últimas semanas, as principais instituições internacionais têm reduzido as previsões do
ritmo de crescimento da economia mundial, em particular da zona euro, levantando alguns receios sobre o ritmo
de crescimento da economia portuguesa.
Temos, contudo, boas razões para manter a confiança. Quando, em 2015, preparámos o cenário
macroeconómico para esta Legislatura, não esquecemos que a economia tem ciclos e que não é sempre
possível que o ritmo de crescimento de um ano seja superior ao ritmo do ano anterior. E tal como, então,
antevimos, hoje, todas as previsões convergem em dois pontos fundamentais: Portugal vai continuar a crescer
e vai crescer acima da média europeia.
Aplausos do PS.