I SÉRIE — NÚMERO 64
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Certamente por isso, e não obstante a conjuntura externa, os indicadores de atividade e clima económico,
ainda hoje conhecidos, revelam estar de novo em subida, assentes na realidade.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Concluo com a última frase, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: — Ainda bem que estamos sincronizados, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — A realidade é que a economia portuguesa continua a crescer, a crescer acima
da média europeia, e a criar mais e melhor emprego.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para formular as suas perguntas, tem a palavra o Sr. Deputado Fernando Negrão, do
Grupo Parlamentar do PSD.
O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, ouvi-o atentamente e queria começar
por dizer que todas as boas notícias para Portugal têm, obviamente, a saudação do PSD.
Mas queria dizer-lhe, Sr. Primeiro-Ministro, que não tocou num ponto essencial para a economia e as finanças
do País. Esse ponto essencial tem a ver com a dívida pública, sobre a qual, Sr. Primeiro-Ministro, não o ouvi
dizer uma única palavra.
A dívida pública, em Portugal, nesta Legislatura em que o senhor governou, aumentou 20 000 milhões de
euros, Sr. Primeiro-Ministro, repito, 20 000 milhões de euros! Isto quer dizer que estamos mais endividados.
Por exemplo, basta que a taxa de juro aumente ligeiramente para que o Sr. Primeiro-Ministro e o seu Governo
enfrentem problemas da maior gravidade.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Bem lembrado!
O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Dir-me-á que, através do aumento da carga fiscal, poderá resolver o
problema. Dir-lhe-ei, Sr. Primeiro-Ministro, que a carga fiscal chegou ao limite e que não pode voltar a usar a
carga fiscal para resolver o problema da dívida pública.
Por isso, pergunto-lhe, Sr. Primeiro-Ministro: o que faremos, então, enquanto País?
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Fernando Negrão, o senhor segue o caminho
inverso ao das agências de rating. Ainda na sexta-feira, a última agência de rating, que não nos tinha
reclassificado recentemente, reclassificou-nos, reconhecendo a sustentabilidade da redução da dívida
portuguesa.
Aplausos do PS.
Protestos do PSD.
O Sr. António Costa Silva (PSD): — Ah! Agora, as agências de rating já são boas?!
O Sr. Primeiro-Ministro: — E a trajetória da redução da dívida é muito simples.
Neste momento, o Primeiro-Ministro exibiu um gráfico da trajetória da dívida pública portuguesa.