3 DE MAIO DE 2019
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O Sr. Presidente: — Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, continua no uso da palavra.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, essa evocação, essa metáfora de
«a árvore e a floresta» também me faz lembrar, por exemplo, o perigo que constitui para as florestas haver
apenas uma acácia que, de repente, invade todo o terreno.
Aplausos do PCP e do BE.
Neste momento, essa alteração feita pode permitir a invasão dessa espécie!
Sr. Primeiro-Ministro, já não estamos sozinhos. Vimos o PSD, tal como o Bloco de Esquerda, acompanhar-
nos nesta questão dos atrasos no pagamento das pensões e das reformas e devo dizer que continuamos a
receber lancinantes apelos, tendo em conta situações dramáticas que existem.
Chamo a sua atenção para o problema de muitos imigrantes que não conseguem ver a sua situação
resolvida. Temos um prazo de referência, em junho, mas temos esta preocupação, cuja situação deveria ser
concretizada.
Já agora, a propósito da CP, gostaria de dizer o seguinte: o Presidente da CP chamou a atenção para a
inevitabilidade de reduzir a oferta das ligações ferroviárias no País se não puder contratar mais trabalhadores.
Ora, isto pressupõe medidas. É evidente que não acompanhamos o CDS, porque não vale a pena. Temos
memória de quem era o ministro desse setor na altura, o dirigente do CDS Pires de Lima, e de quem era o
Presidente da CP, o Sr. Manuel Queiró. Mas não vamos agora invocar nomes, são memórias…
O Sr. Jorge Costa (BE): — Bem lembrado!
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Vou concluir, Sr. Presidente.
Quero apenas lembrar que foi durante esse mandato que a EMEF, por exemplo, passou de 1300 para menos
de 1000 trabalhadores.
Portanto, não vale a pena estarem a chorar lágrimas de crocodilo.
Aplausos do PCP e de Deputados do PS.
O Sr. Presidente: — É a vez de Os Verdes.
Para formular perguntas, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís Ferreira.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, antes das perguntas que
quero colocar, gostaria de deixar duas notas prévias.
A primeira é sobre a situação na Venezuela para manifestar o desejo de que sejam os venezuelanos a
resolver os seus problemas de forma pacífica e sem quaisquer ingerências do exterior.
A segunda é sobre a lei de bases da saúde. Os Verdes mantêm a posição que sempre assumiram nesta
matéria, ou seja, a lei de bases da saúde deve assentar em quatro elementos centrais: primeiro, garantir o
financiamento do SNS, invertendo a tendência, que se tem vindo a verificar há décadas, de subfinanciamento;
segundo, valorizar os profissionais de saúde; terceiro, remover obstáculos no que diz respeito ao acesso aos
cuidados de saúde, nomeadamente as taxas moderadoras; por fim, mas não menos importante, acabar com a
promiscuidade que está instalada entre o setor público e o setor privado, o que passa, naturalmente, por colocar
o setor privado no sítio certo, isto é, com um papel meramente supletivo e residual face ao Serviço Nacional de
Saúde.
Em concreto, sobre as parcerias público-privadas a posição de Os Verdes também não é de agora e é muito
clara: nós consideramos que as parcerias são um bom negócio para os privados, mas são desastrosas para os
contribuintes e para o erário público e por isso Os Verdes consideram que elas deveriam acabar.
Sr. Primeiro-Ministro, gostaria, agora, de colocar-lhe as perguntas.