I SÉRIE — NÚMERO 90
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Da mesma forma que o fizemos, este mês, quando abrimos mais um concurso para 1264 postos de trabalho de
médico especialista, dos quais 398 de médico de família,…
O Sr. Adão Silva (PSD): — Onde estão? Ninguém os vê! São fantasmas!
A Sr.ª Ministra da Saúde: — … ou quando, hoje mesmo, assinámos o despacho que reconhece o
suplemento remuneratório devido pelo exercício de funções de enfermeiro especialista, em 2018, a mais 620
postos de trabalho.
Aplausos do PS.
Mas discutamos e analisemos também o financiamento. Em menos de quatro anos, o orçamento do SNS
cresceu 1400 milhões de euros. Além disso, como parte da estratégia de reequilíbrio financeiro do setor da
saúde, desde o início de 2018 já foram realizados reforços de capital e adiantamentos aos contratos de programa
de mais de 1500 milhões de euros para pagamento de dívida. E ainda ontem assinámos o despacho que aprova
os planos de liquidação dos pagamentos em atraso das entidades públicas empresariais do SNS, que ultrapassa
os 850 milhões de euros, a acrescer aos fundos disponíveis.
Entre 2016 e 2018 foram executados investimentos de 360 milhões de euros e, em 2019, o Orçamento
inscreveu mais 174 milhões de euros nesta área. São já mais de 50 unidades de cuidados de saúde primários
construídas de raiz ou remodeladas, muitas delas com fundos estruturais e em parceria com os municípios. São
22 intervenções de remodelação de serviços de urgência hospitalares, centenas de equipamentos de
substituição e de expansão da capacidade instalada.
Adicionalmente, em março passado, o Conselho de Ministros aprovou o programa de investimentos na área
da saúde, no valor de mais 86 milhões de euros, onde se incluem, por exemplo, a ampliação da urgência
polivalente do Centro Hospitalar Tondela-Viseu ou a construção do novo edifício para o serviço de urgência do
hospital de Setúbal.
O Sr. Pedro Alves (PSD): — Que aldrabice!
A Sr.ª Ministra da Saúde: — Nesta Legislatura, trabalhámos para que intenções de investimento muitas
vezes anunciadas, como a do hospital pediátrico integrado do Centro Hospitalar de São João, tenham agora
projeto, financiamento e cronograma.
Aplausos do PS.
Um quadro de desenvolvimento que o novo hospital central do Alentejo, o hospital de Sintra ou o hospital do
Seixal estão também a percorrer.
Finalmente, discutamos o acesso ao Serviço Nacional de Saúde, em termos de cobertura por médico de
família e em termos de cumprimento dos tempos máximos de resposta garantidos (TMRG).
Por um lado, em menos de quatro anos, o número de portugueses com médico de família atribuído reduziu-
se em mais de 300 000. Apesar de terem sido abertas cerca de 1400 vagas para médico de família e de a taxa
de retenção dos recém-especialistas desta área ter rondado os 88%, neste momento, a meta que nos
propusemos alcançar permanece. A distância a que dela ficaremos depende do preenchimento das 398 vagas
adicionais agora abertas.
Por outro lado, também em menos de quatro anos, comparando a atividade assistencial de dezembro de
2018 com a de 2015, foram realizadas mais 589 000 consultas médicas nos cuidados de saúde primários, mais
184 000 consultas médicas nos cuidados hospitalares e mais 18 000 cirurgias.
Apesar do aumento da resposta, o incumprimento dos tempos máximos de resposta garantidos permanece
como um dos maiores desafios ao desempenho do SNS. Em 2018, a percentagem de cumprimento dos TMRG
nas consultas referenciadas pela consulta a tempo e horas não ultrapassou os 71% e a de inscritos para cirurgia
situou-se nos 72%.