I SÉRIE — NÚMERO 102
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O Sr. Presidente: — Sr.as e Srs. Deputados, Sr.as e Srs. Funcionários, Sr.as e Srs. Jornalistas, vamos dar
início à sessão plenária.
Eram 10 horas e 2 minutos.
Peço aos Srs. Agentes da autoridade para abrirem as portas das galerias ao público.
Antes de entrarmos na ordem do dia de hoje, da qual consta a Interpelação ao Governo n.º 32/XIII/4.ª (PS)
— Sobre ciência e inovação, peço ao Sr. Secretário Duarte Pacheco que dê conta das iniciativas legislativas
que deram entrada na Mesa.
Faça favor, Sr. Secretário.
O Sr. Secretário (Duarte Pacheco): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, informo que deram entrada na
Mesa, e foram admitidas pelo Sr. Presidente, várias iniciativas legislativas.
Refiro, em primeiro lugar, os Projetos de Lei n.os 1239/XIII/4.ª (PS) — Procede ao reforço do quadro
sancionatório e processual em matéria de crimes contra a liberdade e autodeterminação sexual de menores,
cumprindo a Diretiva n.º 2011/93/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 13 de dezembro de 2011, e
estabelece deveres de informação e de bloqueio automático de sites contendo pornografia de menores ou
material conexo, que baixa à 1.ª Comissão, e 1240/XIII/4.ª (PSD) — Alteração da denominação de «União das
Freguesias de Fail e Vila Chã de Sá», no município de Viseu, para «Freguesia de Fail e Vila Chã de Sá», que
baixa à 11.ª Comissão.
Refiro, ainda, os Projetos de Resolução n.os 2232/XIII/4.ª (CDS-PP) — Recomenda ao Governo que efetue
obras na Escola Básica e Secundária Francisco Simões, no Laranjeiro, e lance concurso para a construção do
pavilhão desportivo, e 2233/XIII/4.ª (BE) — Pela integração, sem perda salarial, do suplemento de recuperação
processual no salário dos oficiais de justiça, que baixa à 1.ª Comissão.
É tudo, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: — Vamos, então, dar início à Interpelação ao Governo n.º 32/XIII/4.ª (PS) — Sobre ciência
e inovação.
Havendo uma fase de abertura, dou a palavra, para uma intervenção, ao Sr. Deputado Alexandre Quintanilha,
por parte do partido interpelante.
O Sr. Alexandre Quintanilha (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Ministro, Srs. Secretários
de Estado: Perto do fim desta Legislatura, faz todo o sentido analisar os resultados da aposta do Governo no
conhecimento e na inovação, o que mudou e qual o impacto desta mudança na forma como iremos encarar os
desafios e as oportunidades emergentes.
Os desafios tecnológicos, sociais e ambientais são enormes. O impacto das alterações climáticas, da
inteligência artificial, do envelhecimento e das desigualdades crescentes são temas que atraem a atenção de
um grande número de cidadãos — e não só jovens — por esse mundo fora, tendo, também, atraído atualmente
a preocupação de muitos parlamentares e governantes. Portugal, felizmente, não é exceção e surge na
vanguarda destes debates.
Para mim, alguns destes temas são antigos. Já na década de 70, em Berkeley e, mais tarde, no Porto e em
Matosinhos, organizava simpósios sobre os impactos planetários do crescimento demográfico e das alterações
climáticas. Era cedo demais. Muitos não acreditavam nos riscos para a espécie humana e para o planeta. Num
desses simpósios — lembro-me — em Serralves, há 25 anos, Mário Soares perguntava no fim: «Ó Professor,
não estará a exagerar? Saio daqui esmagado».
Sabemos, hoje, que as oportunidades para evitarmos as consequências negativas e para melhorarmos a
nossa qualidade de vida e a do planeta são enormes. No entanto, apesar de muitas das soluções serem
conhecidas, nem sempre a vontade política para as implementar segue ao mesmo ritmo e as razões para este
desfasamento são amplamente conhecidas. Os problemas são complexos, o diálogo entre áreas distintas do
conhecimento é difícil, os stakeholders são variados, a partilha de responsabilidades exige compromissos, e
tudo isso leva tempo. Alterar comportamentos, quando os sacrifícios podem ser grandes e os benefícios incertos,
nunca foi fácil. É precisamente sobre esse tempo que gostaria de me debruçar.