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4 DE JULHO DE 2019

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outubro, o Coronel Luís Vieira e o Major Vasco Brazão entraram no gabinete do Sr. Chefe de Gabinete do

Ministro da Defesa Nacional Azeredo Lopes, à época, e entregaram um documento, o qual tenho na minha

posse, que é o documento central desta Comissão de Inquérito e desta investigação, e que diz coisas como:

«acordo», palavra referida por três vezes, e «contrato». Acordo e contrato com quem? Com os informadores e,

obviamente, com os assaltantes, porque não pode haver devolução das armas nem acordo a não ser com quem

roubou, como é evidente. Mais: acordo sob ameaça! Ameaça, caso a PJ tivesse interferência no processo, à

família do Major Vasco Brazão. Havia risco de vida para a família dele, caso viesse a saber-se deste acordo! As

ameaças estão lá, basta ler!

O Sr. Jorge Machado (PCP): — Nessa altura, a investigação criminal já estava em curso.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Basta ler! Portanto, dois dias depois, o Chefe de Gabinete teve

conhecimento de que houve uma atuação ilegal e criminal por parte de uma instituição sob tutela do Ministro.

Sr. Deputado, o Ministro foi informado e disse-nos, na Comissão, que teve conhecimento do essencial desta

situação, repito, teve conhecimento do essencial.

O Sr. Jorge Machado (PCP): — E a PJ não sabia?!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — A pergunta que se impõe é evidente: se teve conhecimento do essencial,

por que razão é que o Ministro, quando veio ao Parlamento e foi inquirido na Comissão de Defesa, nunca o

disse, omitindo-o sempre?! Por que razão é que o escondeu à Comissão de Defesa?!

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr. Deputado, tem de terminar.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Por que razão é que, quando foi ouvido em Bruxelas, uns dias depois, o

Ministro disse à comunicação social que nunca soube da encenação?! O Ministro soube, o Primeiro-Ministro

também soube, e também omitiu. Omitiu ao Sr. Deputado Fernando Negrão e omitiu à comunicação social.

Portanto, os senhores nem sequer foram capazes de reconhecer e de assumir as responsabilidades políticas

daqueles que se demitiram.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr. Deputado, tem de terminar.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Sr. Presidente, estou mesmo a terminar.

Se não fosse a Polícia Judiciária, ainda hoje o Coronel Luís Vieira seria diretor da PJM e, provavelmente,

ainda hoje o Ministro Azeredo Lopes estaria em funções.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Demissão, já!…

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Srs. Deputados, para terminar, esta é a história de um roubo e de três

encenações. Se quisermos um título, é o seguinte: um roubo e três encenações.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr. Deputado, tem mesmo de terminar.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — A primeira encenação foi da PJM, a segunda encenação foi do Governo,

que omitiu, a terceira encenação é este Relatório, que esconde a verdade.

Protestos do PS.

Vamos ver, Srs. Deputados, se não será com o inquérito que ficaremos a saber tudo aquilo que, se calhar,

faltou saber nesta Comissão de Inquérito. Fico com essa curiosidade, mas com a sensação de que, se calhar,…

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr. Deputado, termine, se não se importa!

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