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I SÉRIE — NÚMERO 47

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A verdade é que o Governo tem feito também a sua parte: foi a disponibilização das refeições escolares;

foram as escolas abertas para acolhimento dos filhos dos profissionais de intervenção prioritária; foi a adaptação

da avaliação às circunstâncias, pondo a avaliação ao serviço da aprendizagem e não o contrário; foram os

concursos realizados em plataforma digital, e as matrículas, que serão feitas em plataforma digital; foi a aposta

na educação à distância, combinando vários recursos, como o estudo em casa e os canais de vídeo na internet,

o trabalho por videoconferência, mas — claro! — também outros meios desenvolvidos pelos professores, porque

o professor com a sua turma, com os seus alunos, é sempre a força motriz daquilo que de concreto se consegue

fazer em cada escola e em cada turma.

A educação à distância, ao contrário do que muitos pensavam, é muito mais do que tecnologia, é saber fazer,

é saber perceber as pessoas em concreto que estão naquela circunstância, é perceber as diferenças, é

encontrar as soluções e modulá-las para cada momento.

Pois se fomos capazes de fazer isso, numa mobilização coordenada, em que cada um fez a sua parte, queria

perguntar-lhe, Sr. Primeiro-Ministro, para o futuro, como vamos fazer.

Como vamos, coletivamente, nas escolas, aprender a conviver com o risco que a COVID-19 representa,

aprender a conviver com aquilo que aprendemos de novo durante estas semanas, aprender a conviver com

aqueles fatores que fizeram com que a escola respondesse melhor, a autonomia das escolas, porque foi a força

de as escolas quererem responder que permitiu que isto se fizesse, a flexibilização,…

Aplausos do PS.

… (muitos professores me têm dito que, por estarem na flexibilização, estavam mais preparados para

responder a uma situação destas), a aposta no digital (foi agora publicado o plano para a transição digital, que,

se calhar, até vai ajudar a metermos tudo mais no mesmo barco) e o combate às desigualdades?

Sr. Primeiro-Ministro, a pergunta é esta: temos estado a fazer aquilo que é preciso. E, para o futuro, qual é o

rumo? Porque o Governo dar o rumo tem sido um fator fundamental nestes tempos, também em termos de

saúde pública, e é assim que queremos que continue a ser.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro António Costa.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Porfírio Silva, como diz o povo, a necessidade

aguça o engenho, e nós, em poucas semanas, avançámos anos, do ponto de vista da literacia digital.

A capacidade de resposta das escolas e dos nossos professores a esta circunstância absolutamente

extraordinária — anunciámos a uma quinta-feira que, na segunda-feira seguinte, as atividades letivas

presenciais não teriam continuidade — não parou a escola, não interrompeu a atividade letiva, não interrompeu

os processos de aprendizagem, pelo contrário, os processos de aprendizagem e a escola souberam reinventar-

se.

Essa reinvenção foi um esforço notável e os professores conseguiram manter o contacto com os seus alunos

das formas mais diversas: através das plataformas digitais, que muitos deles utilizaram pela primeira vez, através

do telemóvel, através do telefone e até através do correio.

Mas, obviamente, tornou-se mais visível o nível de desigualdade existente. Por isso, para reduzir esse nível

de desigualdade, foi dado um passo suplementar, que arrancou na segunda-feira passada, assegurando uma

nova valência, através do canal RTP Memória, com o programa Estudo em Casa, para todas as crianças entre

o 1.º e o 9.º ano de escolaridade. Esta oferta televisiva não substitui mas complementa aquele trabalho que

continua a ser feito diretamente pelos professores com os seus alunos.

Para além da homenagem geral a todos os professores, quero aqui enviar uma mensagem específica de

apoio e de solidariedade para com aqueles 100 professores que estão a dar a cara pelo conjunto das equipas

que estão por detrás deles, a preparar diariamente aquela programação.

Aplausos do PS.

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