8 DE MAIO DE 2020
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Por isso, cabe-nos a nós, com sentido de responsabilidade, salientar, junto das pessoas, junto das nossas
empresas, que o Estado não as deixou para trás e que os nossos serviços públicos, a segurança social, também
não as deixou para trás.
Aliás, respondeu-se com mais e com melhor Estado, e com mais e com melhor Estado tentamos chegar a
todos os portugueses.
Aplausos do PS.
A resposta não foi nem será estanque, evoluiu e continuará certamente a evoluir em função das
necessidades. E devemos ter a humildade de perceber onde a resposta falha e, em conjunto, definir soluções
viáveis e sobretudo soluções socialmente justas.
É neste diálogo permanente que as pontes vão sendo feitas.
Num momento em que se pede cooperação, em que se pede solidariedade, não podemos, ou, aliás, não
devemos, desviar o nosso discurso para demagogias fáceis de fazer mas que dificilmente trazem qualquer
solução. Devemos continuar a promover o trabalho conjunto de debate e de análise das medidas e respostas
necessárias à população.
Veja-se o que foi hoje aprovado no Conselho de Ministros e que vai ao encontro de muitas daquelas que
foram as preocupações levantadas neste Parlamento e que, aliás, já aqui o Governo tinha dito que iria analisar.
Falo da extensão do apoio dos trabalhadores independentes a mais sócios-gerentes; falo do acesso aos
apoios pelos trabalhadores independentes que optaram pela isenção de contribuições para a segurança social
nos primeiros 12 meses; falo da redução do prazo de garantia para acesso ao subsídio social de desemprego.
São respostas importantes para o povo. São respostas que todos, em conjunto, identificámos e que vão
agora ser executadas. E essa é a única mensagem que verdadeiramente vale a pena transmitir.
Termino, Sr. Primeiro-Ministro, pedindo-lhe que nos densifique um pouco as respostas que foram hoje
aprovadas em Conselho de Ministros, pedindo também a análise das respostas que ainda estão a ser pensadas
e de que forma é que estes apoios irão continuar ou irão ser adaptados, em função da retoma parcial e
progressiva que temos agora da atividade económica.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro, para responder.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Marina Gonçalves, estou em crer que foi
precisamente essa expressão que tanto incomodou o quadro ideológico da minha referência, ontem.
Mas se houve algo que esta crise tornou muito evidente é como o Estado social é absolutamente um pilar
fundamental da cidadania e do desenvolvimento económico numa sociedade decente.
Aplausos do PS.
A verdade é que no dia em que tivemos de encerrar a escola todos perceberam como a escola pública é uma
condição essencial para a igualdade de oportunidades no ensino e na aprendizagem. Quando todos se viram
aflitos, rapidamente se esqueceram do discurso sobre o caos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e foi ao
Serviço Nacional de Saúde que acorreram e foi o Serviço Nacional de Saúde que respondeu a esta crise da
pandemia.
Aplausos do PS.
E quando, efetivamente, foi necessário uma rede de segurança que protegesse empresas, emprego e
rendimento é a segurança social pública que tem estado presente, a responder «presente» e a satisfazer as
necessidades. E num muito curto espaço de tempo foi possível não só manter a pagamento todas as prestações
(são 4,5 milhões de prestações e de pensões que mensalmente são pagas em Portugal), como também acolher
mais 780 000 novos utentes para um conjunto vasto de novas prestações: as prestações a quem procurámos