I SÉRIE — NÚMERO 57
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A Sr.ª Ana Catarina Mendonça Mendes (PS): — Em menos de três meses, o Serviço Nacional de Saúde
organizou uma resposta firme e determinada, uma resposta à pandemia através do nosso sistema de saúde
pública, dos cuidados de saúde primários, dos cuidados de saúde hospitalares e do sistema de emergência
médica, nunca descurando as situações urgentes e prioritárias das pessoas que necessitavam de recorrer aos
serviços.
O Governo assegurou, assim, a execução de um conjunto de medidas que permitiram e permitem prevenir
eficazmente a proliferação dos casos registados de contágio de COVID-19. Apenas a título de exemplo, refiro o
esforço da disponibilidade de equipamentos de proteção individual, o desenvolvimento de uma ferramenta
informática de monitorização e também o reforço e a reconfiguração da Linha Saúde 24 ou, ainda, a capacidade
laboratorial — que nunca se pensou ser possível! — para passar de uma média de 55 testes por dia para 6000
testes por dia.
Estávamos certos quando, ao longo da anterior Legislatura, investimos no Serviço Nacional de Saúde com
mais recursos financeiros e mais profissionais de saúde. Estávamos certos quando reforçámos as verbas do
SNS no Orçamento de 2020, voltámos a estar certos quando reforçámos o SNS em tempo de pandemia.
Aplausos do PS.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Conter a pandemia levou, inevitavelmente, a uma crise económica e
social. Em Portugal, mais uma vez, foi o Estado social que, designadamente através do nosso sistema de
proteção social público, nos permitiu mitigar os efeitos sobre o emprego e sobre os rendimentos que esta crise
provocou nas empresas e nas famílias. Foi esta resposta, assegurada por milhares de incansáveis servidores
públicos em serviços administrativos tão injustamente desvalorizados por tantos, que permitiu implementar
medidas em tempo recorde e processar apoios que de outra forma nunca teriam chegado aos seus destinatários.
Quero, por isso, destacar que, neste plano, logo no primeiro momento, mesmo antes de a Organização
Mundial de Saúde ter considerado a doença como uma pandemia e cinco dias após o surgimento do primeiro
caso confirmado em Portugal, o Governo lançou um programa de medidas para mitigar o impacto negativo que
a pandemia poderia vir a ter. Criou-se um regime excecional e temporário de layoff simplificado, onde a
segurança social assegura a maioria da remuneração do trabalhador, para além de outros apoios, tais como um
incentivo financeiro extraordinário por trabalhador para apoio à normalização da atividade da empresa ou um
plano extraordinário de formação com vista ao reforço das competências dos trabalhadores.
Assumiu-se, desde cedo, a urgência de responder às situações de desproteção social mais prementes e por
isso foi reforçado o complemento social para idosos, o rendimento social de inserção e, ainda, o subsídio social
de desemprego.
Aplausos do PS.
Estávamos certos quando, na anterior Legislatura, reforçámos a sustentabilidade da segurança social com o
aumento das receitas contributivas, o reforço do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social e a
diversificação das fontes de financiamento para responder aos mais vulneráveis, aos que trabalharam uma vida
inteira, aos mais jovens e menos jovens que ingressaram no mercado de trabalho. A todos se garante proteção
social porque ela é a construção e a base de uma sociedade decente e solidária.
Aplausos do PS.
Aqueles que defenderam a privatização da segurança social são os mesmos que hoje reclamam, nesta Casa,
uma resposta da segurança social pública. Pois, perguntemos-lhes: se houvesse a privatização da segurança
social, como teriam ficado as portuguesas e os portugueses nesta pandemia?
Aplausos do PS.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Como a importância da escola pública ganhou valor nestes dias. Em
menos de três meses, a escola pública adaptou-se. Com a suspensão de todas as atividades letivas e não