22 DE OUTUBRO DE 2021
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Aplausos do PCP, do PS, do PEV e do Deputado do BE José Manuel Pureza.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Ainda bem que o Mário Soares não está cá para ver isto!
O Sr. André Ventura (CH): — Sr. Presidente, peço a palavra.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr. Deputado André Ventura, pede a palavra para que efeito?
O Sr. André Ventura (CH): — Para defesa da honra, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Pode dizer, Sr. Deputado, em que é que se sentiu ofendido?
O Sr. André Ventura (CH): — O Sr. Deputado João Oliveira associou o partido Chega às forças derrotadas no dia 25 de Abril de 1974.
Risos do BE e do PCP.
O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Ninguém sabia!
O Sr. André Ventura (CH): — Isso, naturalmente, é algo com que não podemos conviver.
O Sr. Presidente (António Filipe): — O Sr. Deputado dispõe, então, de 2 minutos para intervir. Tem a palavra, para a defesa da honra, Sr. Deputado.
O Sr. André Ventura (CH): — Sr. Presidente, Sr. Deputado João Oliveira, temos certamente visões muito diferentes do mundo e da sociedade portuguesa, mas há uma coisa que o Sr. Deputado não é: dono do 25 de
Abril de 1974, como eu não sou e como ninguém nesta Casa é.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. André Ventura (CH): — O Sr. Deputado e essa bancada não são donos do 25 de Abril, não são donos daqueles que devolveram a liberdade a Portugal.
O Sr. Deputado, como muitos outros que aqui estão hoje, talvez não estivesse em lado nenhum no 25 de
Abril de 1974, como, certamente, eu não estava no 25 de Abril de 1974.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Não era nascido! Que disparate!
O Sr. André Ventura (CH): — Mas o Sr. Deputado não tem o direito de ir ali acima, à tribuna, e dizer que aqui, deste lado da bancada, estão os inimigos de Abril e que aí, desse lado da bancada, estão os grandes
apoiantes de Abril,…
Protestos do Deputado do PS Eduardo Barroco de Melo.
… até porque, Sr. Deputado, fica-lhe muito mal dizer que o Chega é um partido contra o 25 de Abril quando
tantos eleitores seus votam, atualmente, no Chega, no Alentejo e em Setúbal. Fica-lhe muito mal trair dessa
forma o seu eleitorado, trair dessa forma tantos que, ainda em janeiro, deram meio milhão de votos a uma
candidatura presidencial e deixaram a sua com 3% ou 4%.
Dizer que esse meio milhão de portugueses é fascista, que esse meio milhão de portugueses gostava de
ter Oliveira Salazar ou Marcelo Caetano à frente do Governo é uma desonra e uma ignomínia que o Sr.
Deputado, certamente, reconhecerá que não lhe atribuímos a si.