O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 95

4

Aplausos de Deputados do PS.

O Estado vai arrendar e comprar aos privados ao preço de mercado para subarrendar a valores acessíveis

às famílias, dando o valor anual da renda, eliminando qualquer risco para o senhorio e isentando o proprietário

totalmente de mais-valias no caso da compra e colocando mais casas disponíveis a preços acessíveis.

Tantas vezes ouvimos o PSD falar do problema de não se conseguir despejar inquilinos em Portugal, ao

invés da preocupação social com quem é despejado, e eis um modelo com equilíbrio que protege ambos, isto

é, em que o Estado assegura o incumprimento da renda do inquilino, mas não deixa quem precisa sem solução

e sem respostas sociais, porque isso, sim, é uma linha vermelha para o PS.

Aplausos do PS.

Se existe maior confiança para senhorios e proprietários, a verdade é que à cabeça destas medidas está a

vontade e a necessidade de responder à crise de habitação que afeta as famílias com rendimentos tanto baixos

como médios e proteger quem arrenda e quem comprou casa.

É por isso que proteger as famílias com um novo apoio à renda e ao crédito, imediatamente num tempo de

crise de inflação, é uma prioridade, é por isso que haverá um limite justo de aumento das rendas para proteger

as famílias nos novos contratos, é por isso que é infundada a crítica de que os jovens não têm respostas nestas

medidas — serão muitos os jovens a beneficiar das medidas relativas ao apoio ao arrendamento até 200 € ou

à disponibilização de mais casas com rendas acessíveis. Mais habitação e respostas sociais urgentes já é

promover coesão tanto social como económica e é o que nos exige o tempo que vivemos, sem adiamento ou

recuo.

O que não é coesão, não é equilíbrio, num País e em cidades como as nossas em que falta habitação, é ter

tantas casas sem pessoas e tantas pessoas sem a casa que precisam ou expulsas das suas cidades. É por isso

que a medida do arrendamento forçado para casas devolutas é justa e a defendemos sem receio de contradição.

Repondo os factos e a serenidade no debate político, a medida é simples: os proprietários que adiram

voluntariamente, ou não, verão as suas casas reabilitadas e valorizadas, receberão um valor justo pelo seu

arrendamento e não são expropriados da sua propriedade em nenhum momento, mas o suposto direito a ter

casas vazias, devolutas, sem uso, sem função ou propósito, não se sobrepõe à função social da propriedade

nem ao interesse público de responder à crise da habitação.

Aplausos do PS.

No momento difícil que atravessamos, radical e ideologicamente motivado, é mesmo quem não implementa

todos os mecanismos e instrumentos, já hoje disponíveis na lei, para assegurar o direito a habitação de mais

famílias.

Ouvimos do líder do PSD a acusação de comunismo. Ora, o PCP não precisa certamente aqui da minha

defesa, mas ser comunista não é insulto nem acusação desde o tempo do fascismo.

Vozes do CH: — Ah…!

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Está a defender o PCP?!

A Sr.ª Maria Begonha (PS): — É uma ideologia que não é a nossa, não é a do Partido Socialista, nem é o

nosso caminho. Somos socialistas democráticos e desde a nossa fundação, anterior ao 25 de Abril, que

sabemos quem somos e fomos coerentes com o socialismo em liberdade. Mas o que deve impressionar o País

não é uma imaginária viragem radical ou à esquerda do PS, é o desaparecimento da social-democracia e da

moderação no PSD — em tudo no estilo idêntico ao Chega, que chegou mesmo a invocar o PREC (Processo

Revolucionário em Curso),…

O Sr. Pedro Pinto (CH): — E bem!