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I SÉRIE — NÚMERO 104

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A Sr.ª Paula Santos (PCP): — … mas, há três anos, ele era vendido a 1,49 € e, agora, já chegou a atingir

valores de 2,49 € — os produtores ficam com mais 10 cêntimos e a grande distribuição fica com mais 1 €.

O Sr. João Dias (PCP): — Exatamente!

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Quem é que fica com a parte de leão?

As famílias estão a cortar na alimentação. Se há redução na procura, como explica que os preços

continuem a aumentar?

O Sr. Duarte Alves (PCP): — Exatamente!

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Alguém se está a aproveitar, e não são os produtores. Foram identificadas

margens de lucro especulativas em diversos bens alimentares. Os lucros da Sonae aumentaram 27,7 % em

2022…

O Sr. Filipe Melo (CH): — Ah, já cá faltava!

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — … e os da Jerónimo Martins aumentaram 29,3 % nos primeiros nove meses

de 2022.

Protestos do Deputado do CH Pedro Pinto.

A inflação não resulta do aumento da procura, mas sim do aumento das margens de lucro.

O Sr. Duarte Alves (PCP): — Exatamente!

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Perante isto, o que faz o Governo? Espera para ver, como afirmou o

Ministro da Economia? Acha mesmo que é com um observatório de preços ou com um selo que os preços dos

bens alimentares vão baixar?

O Sr. Duarte Alves (PCP): — Muito bem!

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Acha que isto se resolve com medidas policiais ou com pedagogia aos

grupos económicos?

A questão está em saber se o Governo vai continuar a deixar incólumes os interesses dos grupos

económicos e os seus lucros ou se, de uma vez por todas, vai adotar as soluções que se exigem e definir

preços máximos para os bens alimentares e demais bens essenciais, considerando os custos de produção, os

custos da logística, mas removendo todas as componentes especulativas.

O Sr. Duarte Alves (PCP): — Exatamente!

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — E não venha dizer que é preciso deixar o mercado funcionar, pois está à

vista o resultado,…

O Sr. João Dias (PCP): — Não funciona!

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — … com preços cada vez mais altos, nem ameace com as prateleiras dos

supermercados, porque vazias estão mesmo as prateleiras de casa das famílias.

O Sr. Duarte Alves (PCP): — Ora bem!