I SÉRIE — NÚMERO 32
32
Aplausos do BE. O Sr. Presidente (Adão Silva): — Agora, pelo Grupo Parlamentar do PSD, tem a palavra, para uma
intervenção, a Sr.ª Deputada Clara Marques Mendes. A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: O Grupo Parlamentar do PCP traz
hoje a esta Assembleia um tema importante, mas um tema que não é novo. O Sr. Bruno Dias (PCP): — Infelizmente! A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — O tema é importante, porque falar de pessoas e das relações
laborais é sempre de relevar. Mas não é novo, pois, como todos sabemos, as propostas de hoje são exatamente as mesmas que há poucos meses foram frontalmente rejeitadas.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — É como os problemas! Também são exatamente os mesmos! A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Sejamos francos e diretos: o que o PCP pretende é fazer um
número político porque estamos em pré-campanha eleitoral. O Sr. Bruno Dias (PCP): — Não, não! A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — As eleições de 10 de março estão à porta, e o PCP precisa de fazer
prova de vida. Aplausos do PSD. O Sr. Bruno Dias (PCP): — Isto não é o PSD! A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — O que o PCP deseja, no fundo, é usar a questão laboral como arma
de arremesso político e eleitoral. O Sr. Bruno Dias (PCP): — Não, não! A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Dá jeito e é fácil, porque o PCP sabe que aquilo que propõe não
vai ser aprovado e defende aquilo que sabe que não vai passar para Diário da República. O Sr. Bruno Dias (PCP): — Não se projetem em nós! A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Mas o número político do PCP não se esgota em fazer prova de
vida. Já que tem o poder de iniciativa, o PCP tem também o poder, e é o que faz aqui, de desafiar o novo líder do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — E os Deputados do PSD também! A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Será que, mais à esquerda de António Costa, Pedro Nuno Santos
vai ceder ao PCP? Será que, mais à esquerda que António Costa, Pedro Nuno Santos vai ter uma abertura maior do que o seu antecessor na liderança do Partido Socialista?
É tudo isto que o PCP precisa de saber e, portanto, pretende exibir um número político, fazer prova de vida e desafiar o líder do Partido Socialista para poder levar para a campanha eleitoral um capital de queixa maior, na perspetiva de aumentar a sua bancada parlamentar.