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I SÉRIE — NÚMERO 81

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É lógico e muito claro, por todas as vozes que se têm levantado contra este diploma, que não há remendo

que o salve. O que deveria ter acontecido era o diploma ter sido chumbado aqui, na Assembleia da República,

e depois, sim, com tempo, com os especialistas que se ofereceram para trabalhar com o Parlamento, com o

Governo, trabalhar nos instrumentos de gestão do território, nos instrumentos de planeamento e garantir que

temos uma lei que é boa para o nosso futuro e para o nosso território e que resolve, sim, os problemas da

habitação.

Não foi isso que este Parlamento escolheu fazer e não me parece que a solução sejam os remendos que se

vão discutir na especialidade. Espero que, entretanto, a especialidade seja rápida, porque é melhor ter os

remendos do que não os ter, mas, na verdade, os remendos são exatamente remendos.

E agora temos uma lei em vigor que é um perigo quanto à especulação imobiliária. Aliás, o mercado

imobiliário já se está a movimentar, já há imensos artigos sobre «como transformar o seu terreno rústico em

terreno urbano». Portanto, o mercado imobiliário mexe-se muito mais rapidamente do que a lei e, neste

momento, temos isso já muito visível.

Portanto, no que temos de trabalhar é no futuro do País. Isso faz-se de várias formas e faz-se conversando

com os especialistas.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Não vão às comissões, mas depois querem falar com especialistas!

A Sr.ª Isabel Mendes Lopes (L): — E é curioso que mesmo os partidos que têm assento e que vão a todas

as comissões, depois, não viram o perigo que este decreto-lei é.

Não se trabalha apenas nas comissões, trabalha-se de muitas formas, falando com especialistas.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Lá fora, a tomar um cafezinho!

A Sr.ª Isabel Mendes Lopes (L): — E, para vários partidos, foi absolutamente claro que este decreto-lei era

um perigo para o País, um perigo para a habitação, um perigo para os ecossistemas, um perigo no caso de

eventos extremos. Mas os partidos da direita resolveram não prestar atenção a todos estes alertas, portanto,

vê-se quem é que tem, aqui, capacidade de trabalho ou não.

Aliás, a propósito disso, lembro-me também sempre do relatório que o Chega apresentou, com copy paste,

a propósito de uma pessoa indigitada para a AMT (Autoridade de Mobilidade e Transportes).

Protestos do Deputado do CH Filipe Melo.

O Sr. Rui Tavares (L): — Trabalharam muito nisso!

A Sr.ª Isabel Mendes Lopes (L): — Vê-se, também, que o trabalho não se faz com um assento permanente

nas comissões, o trabalho faz-se ouvindo as populações, ouvindo os especialistas, trabalhando em conjunto

com os outros partidos.

Aqui, a grande irresponsabilidade está nos partidos que deixaram este decreto-lei passar, está no Governo

que fez este decreto-lei sem ouvir os especialistas e está, na verdade, nos partidos que não têm uma visão para

a habitação, como a habitação deve ser, que não estão preocupados com a qualidade de vida, com as famílias,

com as pessoas terem tempo para estar umas com as outras. Daí, semanas de quatro dias e morar ao pé do

trabalho são aspetos essenciais de políticas de habitação.

Aplausos do L.

Protestos do CH.

O Sr. Rui Tavares (L): — Ó homem, a Joacine nunca roubou malas!

Protestos do Deputado do CH Filipe Melo.