8 DE FEVEREIRO DE 2025
27
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Paulo Núncio (CDS-PP): — … em termos de segurança, em termos de fiabilidade, e mesmo questões jurídicas e constitucionais.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. Paulo Núncio (CDS-PP): — Não é por acaso que esta modalidade de voto já foi introduzida nalguns países — como, aliás, já foi referido, designadamente, na Suíça, no Canadá, em França, na Noruega —, para
depois, imediatamente a seguir, ter sido abandonada,…
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. Paulo Núncio (CDS-PP): — … por não garantir a segurança nos processos eleitorais.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. Paulo Núncio (CDS-PP): — Acresce que não podemos esquecer algumas questões de natureza jurídico-constitucional.
A Constituição da República Portuguesa afirma expressamente que, nas eleições presidenciais, o voto no
território nacional tem de ser um voto presencial, o que significa que, se esta modalidade viesse alguma vez a
ser implementada, nunca poderia ser aplicada nestas eleições, nas eleições presidenciais, de uma forma
homogénea e abrangendo todos os eleitores. E esta é também uma matéria que deve merecer a nossa atenção:
numa mesma eleição, haver dois tipos de modalidades de voto para eleger o Presidente da República.
Por isso, nós entendemos que, por um lado, esta iniciativa precisa de ser avaliada cuidadosamente e que,
por outro lado, a sua aplicação deverá ser ponderada apenas no médio prazo e não numas próximas eleições
que possam ocorrer.
Dito isto, e considerando que, de facto, o voto eletrónico levanta um conjunto de questões em termos de
segurança, de autenticidade e de confidencialidade, entendemos que é necessário avaliar medidas para mitigar
estes riscos, e, por outro lado, tendo em conta a experiência internacional, é fundamental que, se avançarmos
neste sentido, aprendamos com os erros que foram cometidos por esses países, no sentido de garantir a
integridade e a fiabilidade deste processo eleitoral.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Marcos Perestrello): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Gilberto Anjos, do Partido Socialista.
O Sr. Gilberto Anjos (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A nossa língua, a língua portuguesa, com mais de 800 anos de história, está presente em todos os continentes, sendo atualmente o idioma oficial de
mais de 270 milhões de pessoas em todo o mundo. A língua portuguesa é, por essa razão, um dos vetores
centrais da nossa política externa.
O ensino de português no estrangeiro tem como objetivo primário e fundamental assegurar aos filhos dos
cidadãos portugueses que se encontram a residir no estrangeiro — a nossa diáspora — o ensino da língua
portuguesa e o acesso à cultura portuguesa.
As políticas dirigidas ao ensino português no estrangeiro são, por isso, absolutamente fundamentais para
que a língua portuguesa continue a ser transmitida também de geração em geração, assegurando a sua
valorização e expansão, e garantindo à nossa diáspora as condições necessárias para que os seus
descendentes possam aceder a ensino de qualidade.
É, por isso, com grande satisfação que tenho a oportunidade de, neste debate, destacar os avanços
significativos no ensino português no estrangeiro durante as governações do Partido Socialista.