O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

19 DE OUTUBRO DE 1996

13

No que respeita à capacidade de fornecimento de bens e serviços, é a vila de Alcácer do Sal que aparece em primeiro lugar na hierarquia, constituindo-se como um dos dois únicos agregados do concelho, onde se apresentam unidades de comércio de carácter ocasional e raro em número significativo, bem como urna oferta relativamente diversificada de serviços pessoais e de equipamentos públicos.

A vila de Alcácer do Sal apresenta-se, assim, como o principal centro do concelho, quer no que respeita à sua importância populacional quer no que respeita ao número de unidades funcionais existentes.

O concelho de Alcácer do Sal possui ainda uma outra vila e dispõe de outros lugares, consideráveis quer pela população quer pelas funções desempenhadas, que se apresentam de seguida.

Outros lugares:

Comporta; Casebres; Santa Susana; Carrasqueira; Santa Catarina; Vale do Guiso; Ares;

Rio de Moinhos;

São Romão;

Monte Novo de Palma;'

Barrancão;

Albergaria;

Montevil;

Casa Branca;

Carregueira;

Torre;

Batão;

Palma;

Pinheiro.

O principal sector de actividade no concelho continua a ser o sector primário, com 38,4% da população. Muito perto está o sector terciário, com 37,2% (dados definitivos do Censo 91). Em 1991, o maior número de empresas existentes situava-se na CAE l — Agricultura, silvicultura, caça e pesca (absorve 37,5% dos estabelecimentos e é responsável por 19,6% do emprego; esta forte concentração no sector agrícola encontra também tradução na importância que as indústrias agro-industriais detinham no concelho em 1991, já que hoje, devido à difícil situação da COPSADO e da SÚMATE, a sua importância decresceu), seguido pela CAE 6 — Comércio por grosso e retalho, restaurantes e hotéis (31,2% dos estabelecimentos e 15,2% do emprego).

2 — Acessibilidades

o

Alcácer do Sal fica a cerca de 50 km de Setúbal e a cerca de 100 km de Lisboa. Devido à sua situação geográfica privilegiada possui um contexto favorável, uma vez que o concelho é atravessado (no sentido N./S.) pelo itinerário principal n.° 1, que proporciona a ligação aos principais centros de ordem superior envolventes: Setúbal, Lisboa, Grândola e Santiago. Por outro lado, a implementação de itinerários complementares, que permitirão ligações entre o itinerário principal n.° 7 e o itinerário principal n.° 8, revestirão especial interesse para a região à procura espanhola do litoral alentejano. .

O acesso a Alcácer do Sal beneficiou bastante com a criação do lanço da auto-estrada que liga Setúbal à Marateca. Está previsto ainda o início das obras do lanço da auto-estrada que fará a ligação Marateca-Grândola.

De âmbito mais local, salienta-se a estrada nacional n.° 253, transversal ao itinerário principal n.° 1 e que faz a articulação entre a Comporta e Alcácer do Sal e entre esta com Santa Susana. Refira-se ainda a estrada nacional n.° 52, de ligação ao Torrão, e a estrada nacional n.° 261, que liga a orla ocidental do concelho a Tróia.

3 — Dados de património edificado

3.1—Conjunto arquitectónico da encosta sobranceira do Sado. — A vila de Alcácer do Sal debruça-se sobre o rio Sado em anfiteatro, povoada de velhos bairros medievais atravessados por ruas de calçada gasta pelo tempo (de notar os topónimos de algumas ruas, caso da Rua dos Almocreves, do Almoxarife, etc), desembocando aqui e ali em pequenos largos e convergindo para a zona ribeirinha, onde o casario se rasga em sacadas e varandas de ferro forjado, emoldurando o rio e fazendo adivinhar a profunda inter-relação histórica, económica e cultural que se estabeleceu ao longo dos séculos entre este e a comunidade alcacerensè.

3.2 — Castelo de Alcácer do Sal (considerado por alguns a maior fortificação da arquitectura muçulmana). — O Castelo de Alcácer do Sal, de construção muçulmana, é um dos poucos exemplares em que, tecnologicamente, se utiliza a taipa.

As crónicas mais antigas referem que tinha duas portas, uma a norte, chamada Porta Nova, e a outra para nascente, chamada Porta de Ferro. Os seus muros, construídos maioritariamente em pedra, mas possuindo alguma parte de taipa, ocupam um grande espaço, sendo, todos cercados por grandes torres. Entre elas encontra-se uma chamada Adaga, por ter no meio esta arma esculpida numa pedra. É de cantaria, obra fortíssima, e é quadrada. Além desta existem outras 30, todas em pedra, excepto a do relógio e a de algique, que são de taipa, altíssimas e bem formadas.

De notar que o Castelo possui ainda hoje uma torre avançada semelhante à torre albarrão do Castelo de Badajoz. Escavações realizadas nos últimos dois anos no Castelo de Alcácer do Sal revelaram importantes níveis arqueológicos, quer da fase almóada quer mesmo califal e do período de Taifas, tendo-se recolhido abundantes objectos destes periodos, os quais integrarão o futuro museu arqueológico, em construção no local.

A história do Castelo não pode dissociar-se da própria história de-Alcácer do Sal, pelo que remetemos o leitor para o capítulo ni deste documento, intitulado «Fundamentação histórica».

3.3 — Igreja de Santa Maria do Castelo ou da Matriz (fundada pela Ordem de Santiago). — Após a reconquista de Alcácer do Sal por D. Afonso II, em 18 de Outubro de 1217, com forte apoio dos cruzados e de gentes da Ordem de Santiago, esta transportou-se para Alcácer do Sal.

No topo da colina, onde, porventura, o templo pagão e a mesquita haviam estado, foi construída a Igreja de Santa Maria do Castelo.

A sua fundação deve-se, naturalmente, à Ordem de Santiago e constitui um dos mais interessantes exemplares do românico tardio (fins do século xit, inícios do século xiu) que se conservam no Sul de Portugal, onde tal estilo tem pouca representação.