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19 DE OUTUBRO DE 1996

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Junto à ombreira esquerda da igrejinha dos Mártires abre-se a porta que estabelece comunicação para a Capela dos Mestres.

O fundador da Capela foi o mestre D. Garcia Peres, em 1333, conforme inscrição existente na Capela, comemorativa da sua benfeitoria. Esta Capela octogonal é coberta por um belo terraço rebordado de cantaria, para onde se sobe por uma escada de caracol cujo fundo foi cortado pela passagem que mais tarde se estabeleceu para a capela.

Dizem-nos as antigas visitações que existia mais na Igreja dos Mártires, da banda do Evangelho, outra capela abobadada, com entrada exclusiva pelo templo, a qual era denominada «Maria de Reseno .». Conserva-se essa capela, mandada edificar no fim do primeiro terço do século xv, por Maria Resende, viúva do comendador de Santiago, Diogo Pereira, para nele colocar o monumento sepulcral do seu marido.

O portal da Capela de Maria de Resende apresenta uma composição perfeita, que lembra a dos arcos das capelas radiantes da charola da Sé de Lisboa.

3.6 — Igreja de Santiago (de origem medieval, foi reconstruída no reinado de D. João V). — A Igreja é constituída por uma sd nave, larguíssima, tipicamente setecentista na disposição e naquele conjunto procurado da sobriedade das cantarias com a profusão de madeiras lavradas, das telas e dos,azulejos.

•Primeiro entre os pés-direitos e os arcos das capelas laterais, segundo, depois em faixas sobrepostas, sobem os painéis com representações da vida de Santiago, em toda a volta, da vida da Virgem, figurações de Apóstolos, Evangelistas e Santos Bispos, em azulejos azuis e brancos do século xvtn.

3.7 — Igreja da Misericórdia (fundada em 1547 por Rui Salema, prior do Crato). — É uma igreja decorada inteiramente por milhares de azulejos seiscentistas policromos, do tipo padrão.

A reforma do templo, realizada no final do século xix, foi extremamente rude para com os elementos arquitectónicos e decorativos mais antigos. Excepto a metade inferior das paredes, onde readaptaram um belo azulejo policromo do século xvn, tudo o mais foi modernizado a estuque. No tecto existe uma pintura do setubalense Flamengo datada de 1985 onde estão representadas as três virtudes: a Fé, a Esperança e a Caridade.

3.8—igreja do Espírito Santo (era parte do Hospital do Espírito Santo, hoje Museu Municipal). — Da época da sua fundação pode observar-se ainda um belo portal manuelino e no seu interior uma magnífica pia baptismal com a forma de coroa real invertida. Pensa-se que D. Manuel I terá desposado, em 1500, a sua segunda mu-lher, a infanta espanhola D. Maria, nesta mesma igreja.

De há muito transformada em Museu Arqueológico, aqui se pode observar um rico espólio arqueológico, na maior parte do concelho de Alcácer do Sal, e abarcando um período cronológico-cultural que vai desde a pré-história à formação de Portugal.

3.9 — Solar dos Salemas (belo edifício do século xvi, local de funcionamento da Biblioteca Municipal). — Mandado edificar por D. Rui Salema que nele veio a residir. Já no presente século foi alvo de diferentes utilizações como, por exemplo, quartel dos bombeiros, quartel da GNR, tendo sido já alvo de duas intervenções de recuperação e adaptação que, no entanto, não o desvirtuaram. Presentemente encontra-se aí localizada a Biblioteca Municipal,'que compreende salas de exposições, auditório,

salas de leitura, audioteca e videoteca, bar e sala de tratamento documental.

3.10 — Fonte do Chafariz (interessante, sobretudo por um painel azulejado quinhentista). — O painel consta de um quadrado de nove azulejos de lado, incrustado no espaldar de uma fonte situado no Largo de Aragão Mascarenhas, e apresenta as armas da vila, acompanhadas da inscrição «SALACIA URBS IMPERATORIA» e da data 1592.

As armas constam de uma caravela com popa e proa sobrepujadas de castelos, e com o mastro grande encimado pelo escudo de Portugal coroado, assente sobre uma cruz de Santiago, Ordem a que a vila pertencia. As cores empregadas na composição são o azul, o amarelo, o verde e o vinoso.

IV — Perspectivas de futuro

A Câmara Municipal pretende para Alcácer do Sal um desenvolvimento sustentado e integrado, acompanhado de um necessário crescimento. Como todo o desenvolvimento, é necessário planeá-lo. Assim, a'autarquia sentiu necessidade de formular políticas e elaborar instrumentos, planos, que a implementem. Alcácer do Sal tem vindo, nos últimos anos, a dotar-se dos planos, essenciais ao desenvolvimento desejado, dispondo de um Plano Director Municipal, eficaz desde 29 de Abril de 1994, que inventaria, analisa ao pormenor e caracteriza as componentes biofísica, físico-económica e físico-social do território concelhio, possibilitando-nos uma visão integrada, actual, e uma correcta compreensão das suas inter-relações e incidências. Foi a partir deste quadro de informação e diagnóstico territorial trabalhado que foi possível à Câmara Municipal de Alcácer chegar e propor um modelo de ordenamento e desenvolvimento do território.

Porque Alcácer do Sal dispõe de óptimas potencialidades turísticas, algumas subaproveitadas, tendo surgido nos últimos tempos bastante interesse em desenvolver esta actividade, foi elaborado pela autarquia o plano de desenvolvimento da actividade turística (em consonância com o PDM) onde estão definidas todas as possibilidades em termos turísticos deste concelho.

A Câmara Municipal está também a elaborar o Plano de Desenvolvimento Estratégico para o Concelho de Alcácer do Sal.

Estes três instrumentos de planeamento permitem traçar as grandes linhas definidoras do desenvolvimento social, económico e cultural.

Assim, pelos estudos elaborados e a elaborar, bem como pelo conhecimento da realidade concelhia, esta autarquia pretende que a estratégia de desenvolvimento a adoptar culmine com um desenvolvimento económico como elemento fundamental de garantia da fixação populacional e vitalidade do aglomerado urbano.

Para que este cenário se possa concretizar será essencial uma conjugação das seguintes vertentes:

1 — Vertente dinamizadora da actividade económica

Pelo recenseamento de 1991, constata-se que a dependência excessiva do concelho de Alcácer do Sal do sector primário se está a esbater (embora muito suavemente). Ou seja, a actividade económica deixou de estar exclusivamente dependente da agricultura, facto que se pode comprovar pelo facto de o sector terciário apresentar uma importância crescente relativamente ao primário. É certo que existem na vila de Alcácer do Sal importantes serviços,