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II SÉRIE-A — NÚMERO 8

que afectem seriamente a economia norte-americana ou as principais economias europeias ou ambas ou, ainda, de «tempestades» financeiras que minem forte e sustentadamente, durante um certo período, o referido clima de confiança.

Mesmo neste quadro pouco favorável, as autoridades económicas ocidentais dispõem de alguns instrumentos para tentar regular uma desaceleração brusca da actividade. Será possível às autoridades monetárias norte-americanas e europeias procederem a descidas das taxas de juro ou propiciarem estímulos orçamentais (instrumento mais difícil no caso das autoridades europeias devido ao processo de transição para o Euro e ao Pacto de Estabilidade e Crescimento) sem incorrerem em (grandes) riscos inflacionistas. O contexto de baixa inflação e de consolidação orçamental antes referido dá margem de manobra às.autoridades ocidentais para este tipo de medidas.

A hipótese de as economias da América Latina virem a sofrer como que dum «contágio asiático» (ou russo-asiáti-co) não pode ser excluída. Dado que estes mercados latino-americanos são relevantes para as economias ocidentais, quer do ponto de vista propriamente comercial, quer do ponto de vista eminentemente financeiro, um choque proveniente desta zona será de difícil absorção por parte das economias e mercados financeiros ocidentais. Todavia, nesta hipótese uma utilização atempada dos instrumentos de política monetária e orçamental, atrás referidos, por parte das autoridades ocidentais seria bastante provável.

A situação da economia japonesa e a incapacidade manifestada pelas suas autoridades em conseguirem uma inversão das expectativas parecem dificultar quer um maior dinamismo do crescimento económico internacional, quer a regulação dos efeitos de eventuais choques «exógenos» ou de eventuais séries de «tempestades» financeiras.

A manter-se esta incapacidade, será difícil à zona económica asiática recuperar globalmente, não sendo de afastar a hipótese de que eventos político-sociais originados por essa crise económica ou pela crise económica russa venham a emitir ondas de choque para os países ocidentais.

EVOLUÇÃO DA ECONOMIA MUNDIAL

1997

1998

1999

Projecções

1. Produto (variação cm volume)

     

economia mundial

4.1

2.0

2.5

Poises Industrializados

2.9

2.1

1.9

EUA

3.9

3.5

2.0

Canadá

3.7

3.0

2.5

japão

0.8

•2.5

0,5

União Europeia

2.7

2.9

2.5

Alemanha

2.2

2.6

2.5

espanha

3.4

38

3.6

Franca

2.3

3.1

2.8

llalia

1.5

2.1

2,5

Reino Unido

3.4

2.3

1,2

Países cm Desenvolvimento

5.8

2.3

3.6

Ásia

6.6

1.8

3.9

Países em Transição

2.0

0.2

0,2

2. Comérdo Mundial (variação em volume)

9.7

3.7

46

5. Taxa de Desemprego (% da populaçio activa)

     

Países Industrializados

6.7

6.4

6.5

EUA

4.9

4.5

4.8

Jopao

3.4

4.1

4,3

União Europeia

110

10.3

10.0

Alemanha

115

10.9

10.6

Franca

12.5

11.8

11.2

4. Preços no Consumidor (variação)

     

Países Industrializados

2.0

1.4

1.6.

EUA

2.3

1.6

2.3

Uniãop Europeia

1.9

1.7

1.8

Fome: FMI Worid Economic Outlook. Washington, Scpiembcr 1998.

12. ENQUADRAMENTO EUROPEU

A evolução da economia comunitária nos últimos meses de 1998 e em 1999 depende de vários factores, nomeadamente do padrão que presentemente revela, do modo como evoluir a situação financeira internacional e da forma como reagirão os agentes económicos europeus e internacionais ao nascimento do Euro.

A hipótese de o ritmo de crescimento para 1999 vir a ser da ordem de grandeza do previsto para o corrente ano (entre 2 _ e 3%), reflectindo a consolidação da recuperação nas duas principais economias continentais, é relativamente provável mas há incertezas a ter em conta, designadamente, na vertente político-institucional, a evolução política russa.

EVOLUÇÃO RECENTE

O padrão de comportamento recente da economia comunitária vem revelando a consolidação do dinamismo das economias que já revelavam taxas favoráveis de crescimento e, em especial, da recuperação das duas principais economias continentais, a alemã e a francesa.

Os efeitos negativos da retracção dos mercados asiáticos foram contrabalançados pela dinâmica da procura interna. A taxa média de crescimento, em termos anualizados, tende a aproximar-se de 3%, o desemprego deixou de agravar-se e revela desde há alguns meses uma tendência de decréscimo (embora a taxa média ainda 10%, com a Alemanha ligeiramente abaixo de 11% e a França de 12%) e a confiança do consumidor a ganha terreno e é relativamente decisiva no clima geral de recuperação. Este padrão de comportamento está a permitir a prossecução dos processos de consolidação orçamental.

Por seu lado, dado os baixos níveis de inflação, a política monetária não se tem agravado e o processo de transição para uma política monetária única com a emergência do Euro tem conduzido a um processo de harmonizaçãa das taxas de juro. Este processo traduz-se, no caso de nalgumas economias, numa tendência de redução das taxas de juro de curto prazo, aproximando-se do nível das taxas directoras do marco alemão, mesmo quando essas economias estão a revelar ritmos de crescimento e níveis de inflação acima da média comunitária. As taxas alemãs configuram-se como o referencial principal que irá ser considerado quando o Euro substituir as moedas nacionais no princípio de 1999 e o (S)BCE passar a regular a política monetária comum.

PERSPECTIVAS

Este padrão de comportamento tem condições para perdurar em 1999 e, porventura, consolidar-se com os efeitos positivos que o Euro trará em termos de maior transparência e mobilidade no funcionamento do mercado comunitário. Nesta hipótese poderia verificar-se uma ligeira aceleração do crescimento comunitário, a consolidar-se no nível dos 3%. Por seu lado, o desemprego continuaria a desagravar-se e os processos de consolidação orçamental a progredirem.

Contudo existem algumas incertezas, antes referidas, correspondendo, na sua maior parte, às que envolvem a evolução da generalidade das economias ocidentais e, em particular, a economia norte-americana enquanto principal economia e mercado financeiro internacional. Essas incertezas dizem respeito sobretudo aos factores que podem minar a confiança do consumidor e que decorrem, fundamentai-mente, dos efeitos negativos de «tempestades» financeiras.

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