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0013 | II Série A - Número 022 | 07 de Dezembro de 2004

 

A sua origem poderá recuar até à Pré-História, com base no achado de alguns escassos materiais líticos e cerâmicos. Mas será na época romana que se terá desenvolvido um povoado no cimo do promontório, em conformidade com os vestígios materiais que aí se identificaram: cerâmica de construção e cerâmicas domésticas, mós, estribos, numismas e uma inscrição. Esta inscrição, do tempo de Augusto, apresenta-se bastante ilegível, sendo provavelmente um miliário ou um marco territorial militar. Não seria, por isso, improvável que aqui tivesse acampado, numa primeira fase, algum regimento militar romano algures no século I a.C.
Apesar do seu topónimo ser etimologicamente de origem árabe, Al-haet, perante a inexistência de materiais e construções dessa época, os estudiosos não confirmam qualquer ocupação moura. Mas é curioso o facto deste termo ter o significado de muralha.
A povoação reanimou-se entre o final do século XII e os inícios do século XIII, com os primeiros repovoamentos da região de Ribacôa, por parte da coroa leonesa. Terá sido Afonso X de Leão a encontrar a povoação desabitada e destruída, reedificando-a, mandando-a povoar, concedendo-lhe Carta de Foros e Costumes e construindo-lhe o possível castelo, no local onde hoje se encontra a Igreja paroquial.
Um autor do século XVII afirma que a vila se denominava na Idade Média, de Castillo de La Luna. Deste período datarão a Igreja da Misericórdia e o pelourinho local, que são importantes monumentos classificados.
O processo de repovoamento e reconquista nacional foi realizado ao mesmo tempo por Castilha e Leão, que empreendiam o mesmo processo conquistador para Sul. Surgem assim os primeiros conflitos na definição do território entre as duas nações. Alfaiates surge como um forte posto de definição e controlo territorial, tornando-se mesmo um importante centro de hierarquia populacional, ganhando importantes funções político-militares. A povoação de Alfaiates chegou mesmo a ser um importante Couto de Homiziados.
Em 1297, integra o território português pelo Tratado de Alcanizes, tendo os seus alcaides tido importante acção na aceitação do monarca português como, legítimo soberano de Ribacôa. D. Dinis efectua então a confirmação do anterior foral, tendo também efectuado, possivelmente, obras de restauro no castelo ou no próprio burgo.
Alfaiates empreende um novo movimento de restauração com D. Manuel que, em 1515, dá novo foraI, de forma a motivar o seu repovoamento e crescimento económico. Terá sido sob o seu reinado que a primitiva estrutura militar terá sido abandonada e construída nova fortificação no local onde hoje se encontra.
A aldeia desenvolve-se bastante durante a Época Moderna, sobretudo devido à Guerra de Restauração, dada a sua localização próxima à fronteira. Durante este período conturbado, governou esta praça Brás Garcia de Mascarenhas, notável guerreiro e poeta, tendo promovido a conclusão da construção da muralha envolvente, ainda hoje existente em alguns troços. Para Alfaiates chegou mesmo a existir um projecto de construção de uma fortaleza abaluartada, que não chegou a ser executado.
O Concelho de Alfaiates foi extinto em 1836, integrando-se as suas freguesias no concelho do Sabugal e de Vilar Maior.

Vila do Touro:

A vetusta aldeia de Vila do Touro encontra-se implantada a 800 m de altitude, entre dois outeiros: o Cabeço de S. Gens e o Alto do Castelo. Integra-se numa região de terrenos graníticos, de relevo suave, onde apenas estes dois relevos destacam na paisagem. Deduzimos que a região já era denominada por Tauro na época romana, a partir da referência numa epígrafe encontrada próximo à Abitureira. Este topónimo advém da configuração topográfica elevada dos dois morros da vila.
A sua posição estratégica permite um amplo campo de visão para norte e poente, ao longo do vale da ribeira do Boi e para nascente, para a meseta e vale do Côa.
A sua localização numa região com abundantes linhas de água e com diversos terrenos irrigados e férteis, ao mesmo tempo, protegida pelos relevos circundantes, permitiu que uma diversidade de comunidades aqui se estabelecesse, desde a Pré-História até aos nossos dias.
Identificam-se alguns vestígios da presença destas culturas. No local foi descoberto um machado de bronze, da Idade do Bronze Final, e é provável que no alto do Castelo tenha existido um povoado que recue a esse período, com continuidade na Idade do Ferro. Nos terrenos do morro identificam-se algumas cerâmicas manuais de tradição antiga. Outros vestígios poderão ter sido arrasados pelas construções militares medievais.