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8 | II Série A - Número: 057 | 21 de Janeiro de 2009

aumento da incerteza nos mercados traduziu-se numa subida significativa dos prémios de risco, com repercussões na deterioração da actividade económica e na forte subida da taxa de desemprego.
Assim, para 2009, o enfraquecimento das importações dos nossos principais parceiros comerciais deverá traduzir-se numa quebra significativa da procura externa dirigida à economia portuguesa, particularmente a proveniente da área do euro. Apresentando um elevado grau de abertura ao exterior, com cerca de três quartos das exportações a destinarem-se a países da União Europeia, a evolução da economia portuguesa depende muito do comportamento da procura global destes países. Este será, certamente, um dos factores que mais influenciará a evolução macroeconómica de Portugal.
Prevê-se que esta evolução da procura externa seja, ainda que apenas parcialmente, contrariada pelos efeitos esperados inerentes à implementação coordenada de políticas orçamentais anti-cíclicas pelos países membros da EU, e pela generalidade dos países desenvolvidos. O facto de estas políticas serem implementadas de forma consistente e coordenada deverá potenciar sinergias e, dessa forma, ter um maior impacto sobre as economias, tanto ao nível da procura interna, como, através das intensas relações económicas no interior da UE, na procura externa. No caso nacional, prevê-se que a Iniciativa para o Investimento e o Emprego acarrete, por si só, um acréscimo de 0,7 p.p. no crescimento económico em 2009. O Quadro I.1 abaixo resume as hipóteses externas subjacentes ao cenário macroeconómico. Para 2011 foi considerada a hipótese técnica de estabilização da generalidade das variáveis em torno do valor esperado para 2010. Estas hipóteses reflectem informação disponível até ao dia 16 de Janeiro de 2009.

Quadro I.1. Enquadramento Internacional – Principais Hipóteses Crescimento da procura externa relevante (%) 5.5 2.5 -2.8 1.3 2.1
Preço do petróleo Brent (US$/bbl) 72.5 96.9 51.0 61.0 61.0
Taxa de juro de curto prazo (média anual, %) (a) 4.3 4.6 2.2 2.8 2.8
Taxa de juro de longo prazo (média anual, %) (b) 4.4 4.6 4.2 4.4 4.1
Taxa de câmbio efectiva nominal para Portugal (c) 0.8 1.3 -1.6 0.0 0.0
Taxa de câmbio do EUR/USD (média anual) 1.370 1.471 1.337 1.331 1.331
2010(p) 2011(p)2007 2008(e) 2009(p) Legenda: (e) estimativa; (p) previsão. (a) Euribor a 3 meses; (b) Obrigações do Tesouro a 10 anos. (c) Taxa de variação média anual, em % (variação positiva/negativa significa apreciação/depreciação do euro).
Fonte: Ministério das Finanças e da Administração Pública.

I.2 Desenvolvimentos Recentes e Previsões de Curto Prazo Depois de, em 2006 e 2007, se terem observado crescimentos reais do PIB (1,4% e 1,9%, respectivamente - ver Quadro I.2), a economia portuguesa, em função do enquadramento externo adverso, desacelerou em 2008, estimando-se que tenha registado um crescimento real de 0,3%. Para 2009, o efeito externo adverso será mais profundo, prevendo-se uma contracção real do PIB em 0,8%.