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10 DE DEZEMBRO DE 2012

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conjugação entre um plano a 9 anos iniciado nos anos 80, com a criação da rede de centros de saúde, o

transporte especializado de recém-nascidos e a subida das taxas de vacinação.

Esta evolução deve, no entanto, prosseguir e não nos devemos acomodar aos resultados alcançados. Só a

constante busca de progresso e a recusa do imobilismo permitem alcançar e manter a excelência.

Nunca será demais relembrar o princípio constante do Plano Nacional de Vacinação, segundo o qual “a

vacinação, além da proteção pessoal, traz também benefícios para toda a comunidade, pois quando a maior

parte da população está vacinada interrompe-se a transmissão da doença”.

Também o Portal da Saúde refere que “as vacinas são o meio mais eficaz e seguro contra certas doenças.

Mesmo quando a imunidade não é total, quem está vacinado tem maior capacidade de resistência na

eventualidade da doença surgir”.

II – Existiu no mercado português, desde Junho de 2001, uma vacina pneumocócica de sete valências

conjugadas, “indicada para a imunização ativa de lactentes e crianças contra a doença invasiva causada pela

Streptococcus Pneumoniae1”. A vacina visava “a prevenção da doença invasiva (bacteriémia, septicemia, otite,

pneumonia bacteriémica) em particular, e meningite provocada pelo Streptococcus Pneumoniae.”

Preferencialmente devia “ser aplicada aos 3, 5 e 7 meses de idade e, após os 12 meses, duas doses com dois

meses de intervalo.2 “ Apresentava os serotipos 4, 6B, 9V, 14, 18C, 19F e 23F.

Refira-se que o Streptococcus Pneumoniae é a bactéria responsável pela forma mais grave de meningite.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda aos países que incluam esta vacina nos respetivos

planos nacionais de vacinação. Em 2006, a OMS declarou que a aplicação desta vacina nos EUA levou a uma

excecional quebra nas taxas de doenças pneumocócicas, incluindo junto da população não imunizada, pois a

prevenção limita o contágio geral também. Em testes realizados na África do Sul, verificou-se uma redução de

83% na incidência de doenças invasivas causadas pelos serotipos abrangidos por esta vacina. 3 Estas

indicações da OMS constam, aliás, do mesmo documento que recomenda a aplicação da vacina contra o

Vírus do Papiloma Humano, mais conhecida como vacina contra o cancro do colo do útero.

De acordo com um estudo retrospetivo, relativo aos anos de 1991-2001, realizado pelo Grupo de Estudo da

Doença Invasiva Pneumocócica, em 28 hospitais identificaram-se 375 crianças com Doença Invasiva

Pneumocócica (DIP): 196 vieram a ter meningite, 102 pneumonias com bacteriemia, 36 septicemia e 59 outras

doenças. Segundo um estudo prospetivo, relativo aos anos 2006-2012, realizado pelo Grupo de Estudo da

Doença Pneumocócica da Sociedade de Infecciologia Pediátrica / SPP (GEDIP)4, em Portugal registaram-se,

entre 2009-2010, 80 casos de DIP e 85 casos entre 2010-2012. No que diz respeito às complicações, destes

165 casos de DIP registados entre 2009 e 2012, 67,7% resultaram em sepsis, 50% em meningite, 37% em

pneumonia e 11,1% noutras bacteriemias.

É de salientar a redução muito significativa que se tem registado nos últimos anos relativamente à

incidência de DIP em Portugal. No entanto, convém também relembrar que, a prazo, as doenças devidas à

bactéria pneumocócica podem causar surdez, atraso no desenvolvimento, epilepsia e dificuldades na

aprendizagem.

A este propósito, importa citar a opinião da Dr.ª Filipa Prata, médica na Unidade de Infecciologia Pediátrica

do Hospital de Santa Maria5: “as infeções provocadas pelo Streptococcus pneumoniae (SP), pneumococo, são

causa importante de morbilidade e mortalidade em todo o mundo, especialmente em crianças com idade

inferior a 2 anos, idosos, e determinados grupos de risco, estimando-se que seja responsável por cerca de

1 milhão de mortes por ano, na criança. (…) O principal reservatório do pneumococo é a nasofaringe das

crianças, estimando-se uma taxa de colonização de 62% aos 2 anos de idade. Os portadores são a fonte

principal de transmissão da bactéria. A colonização nasofaríngea pode não dar sintomas, ou ser o ponto

de partida para infeções respiratórias como otite média aguda (OMA), sinusite e pneumonia, ou para

infeções invasivas de maior gravidade como a bacteriémia, septicemia, meningite, artrite, osteomielite

e endocardite.

1 Fonte: Infarmed Circular Informativa 033/CA

2 Fonte: Portal da Saúde - Vacinação

3 Fonte: Fact Sheet Ver WHO/289

4 http://www.spp.pt/UserFiles/file/Protocolos/Doenca_Invasiva_Pneumococica_2010_2012.pdf

5 http://www.vacinas.com.pt/doencas-evitaveis-por-vacinacao/doenca-pneumococica/na-crianca