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12 DE SETEMBRO DE 2014

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sido já sido identificados casos na República Democrática do Congo. Mais recentemente foram colocados

outros países africanos em estado de alerta, dos quais países com fortes ligação a Portugal como Angola ou

Guiné Bissau.

No passado dia 8 de agosto, a Diretora-Geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o “estado

de emergência de Saúde Pública de âmbito internacional”, tendo em conta1 que o surto de Ébola constitui um

“evento extraordinário" e um risco de saúde pública para todos os Estados; que um eventual agravamento da

propagação da doença poderá ter consequências sérias e que é essencial uma resposta internacional

coordenada para controlar a epidemia.

Segundo a última atualização dos dados da OMS (datados de 3 de setembro de 2014), tinham sido

identificadas 3500 pessoas infetadas pelo vírus Ébola e já morreram mais de 1900 pessoas na Guiné-Conacri,

Libéria e Serra Leoa. A OMS alerta para o crescimento acelerado da epidemia.

A Direção Geral de Saúde (DGS), no comunicado de 8 de agosto afirma que “a gravidade deste surto deve-

se não só às características do vírus mas também, certamente, às condições socioeconómicas e sanitárias

observadas nos países afetados” e que “até à data, não se verificou nenhum caso de doença por vírus Ébola

em Portugal, importado ou autóctone, sendo o risco de contágio interpessoal baixo na ausência de contacto

direto com fluídos corporais”.

Apesar de a DGS considerar ser baixo o risco da doença se propagar para a Europa, onde se inclui

Portugal, há alguns factos que merecem uma acrescida preocupação, designadamente o descontrolo da

epidemia a nível mundial e a propagação da doença em países com relações políticas e comerciais muito

próximas da Europa. Não podemos ignorar os grandes riscos que representam países com fortes relações

com Portugal, como Guiné Bissau, Angola, São Tomé e Príncipe ou Cabo Verde. A OMS recomenda que

todos os países, sem exceção, tomem medidas de prevenção.

Nas últimas semanas, têm vindo a público diversas declarações de responsáveis da DGS e de membros do

Governo, sobre as medidas adotadas no país. De acordo com as informações vindas a público, o INEM está

de prevenção para a eventualidade de ter de transportar doentes infetados com o vírus Ébola, os Hospitais de

São João, Curry Cabral e D. Estefânia estão de prevenção para o tratamento de doentes e isolamento, a Linha

Saúde 24 para o aconselhamento e encaminhamento, havendo ainda a articulação com o Instituto Nacional de

Saúde Doutor Ricardo Jorge. O comunicado de 8 de agosto da DGS refere ainda que foi criado um dispositivo

de coordenação no âmbito da Unidade de Apoio à Autoridade de Saúde Nacional e à Gestão de Emergências

em Saúde Pública da DGS para responder a eventuais casos que surjam no país. No sítio da internet da

Direção Geral é possível encontrar também um conjunto de recomendações para os profissionais de saúde e

para os viajantes sobre o Ébola.

Sem alarmismos, mas com seriedade, é necessário ir mais longe na informação, no esclarecimento e na

sensibilização dos portugueses sobre o vírus Ébola, para que efetivamente todos saibam como atuar caso

sejam confrontados com esta realidade. Embora a probabilidade da propagação da doença atingir Portugal

seja baixa, ela não é nula, tendo em conta as características da doença, particularmente a sua transmissão

por contágio e o elevado período de incubação, podendo uma pessoa estar infetada com o vírus Ébola sem

saber e disseminar a doença para outros locais.

Se toda a população portuguesa tiver informação que permita adotar os comportamentos adequados na

eventualidade de contactar com um doente infetado com vírus Ébola, evita-se o contágio da doença e

contribui-se para conter a propagação da doença. As recomendações não devem ser somente para os

profissionais de saúde e os viajantes, elas devem ser o mais abrangentes possível.

Cabe ao Governo promover as ações de informação, esclarecimento e sensibilização necessárias, para

que todos possam cooperar para conter a doença caso venhamos a ser confrontados com ela.

Há, no entanto, alguns setores profissionais, nomeadamente do turismo e dos aeroportos e transporte

aéreo que manifestaram preocupações quanto à vulnerabilidade e exposição dos trabalhadores a eventual

contacto com doentes infetados com o vírus Ébola. As respetivas empresas não estão a cumprir com a sua

responsabilidade e não estão a assegurar a formação aos trabalhadores sobre o vírus do Ébola, que

precauções devem ter e como agir perante um possível contacto com um doente infetado com o vírus Ébola.

Foram veiculadas notícias que expressam a preocupação dos trabalhadores dos aeroportos sobre como

agir em caso de contacto com doentes infetados com o vírus Ébola, à qual a empresa (a TAP) responde que a

formação não é necessária e que a DGS acreditava que essa formação estava a ser garantida.