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3 ANÁLISE DAS PREVISÕES

O cenário macroeconómico subjacente à POE/2018 revê em alta a trajetória de crescimento para

a economia portuguesa face ao cenário apresentado pelo MF no PE/2017-2021. A alteração mais

substancial ocorre em 2017, antevendo agora o MF um crescimento do PIB real de 2,6%, 0,8 p.p.

acima do valor apresentado no PE/2017-2021. Esta revisão afigura-se razoável tendo em conta

quer o crescimento do PIB real registado no 1.º semestre de 2017, quer as projeções atualizadas

divulgadas por diversas instituições oficiais (ver Caixa 1). A revisão apresentada para 2018 é menos

expressiva (+0,3 p.p.), antecipando o MF um crescimento de 2,2%. A trajetória de aceleração

constante no horizonte 2017-2018 prevista pelo cenário do PE/2017-2021 é assim substituída por

uma trajetória que contempla um abrandamento em 2018, afigurando-se esta revisão prudente

dado o crescimento económico robusto previsto para 2017.

No domínio da procura interna importa salientar as reduções de 0,2% e 0,6% previstas para o

consumo público em volume em 2017 e 2018, respetivamente, que o MF alicerça nos efeitos

decorrentes dos esforços de revisão de despesae centralização de compras nas Administrações

Públicas, bem como nos efeitos decorrentes da manutenção das regras de redução dos efetivos

nas Administrações Públicas. A revisão da taxa de variação do consumo público em volume para

2017 face ao valor inicialmente projetado no PE/2017-2021 (-1,0%) exemplifica os riscos inerentes

a estas previsões, não sendo de excluir que a redução do consumo público em volume em 2018

se venha a revelar inferior a 0,6%, podendo mesmo registar algum aumento.

As revisões em alta efetuadas nas taxas de variação real da FBCF e do consumo privado face ao

cenário do PE/2017-2021 afiguram-se plausíveis considerando os dados já conhecidos sobre a

evolução da economia nacional no 1.º semestre de 2017.

As previsões incluídas na POE/2018 estão naturalmente sujeitas a riscos de natureza exógena,

inerentes sobretudo à dinâmica da procura externa, cuja materialização poderá resultar num efeito

negativo sobre o crescimento estimado do PIB. Os ritmos de crescimento da procura externa

esperados pelo MF são agora mais altos que no cenário do PE/2017-2021 para 2017 e ligeiramente

mais baixos para 2018 (+1,0 p.p. e -0,1 p.p., respetivamente). O MF acompanha esta trajetória com

uma previsão de abrandamento nas exportações em 2018, o que mitiga os riscos inerentes àquela

hipótese externa.

As previsões macroeconómicas subjacentes à POE/2018 acarretam um nível de incerteza de difícil

ponderação, comum a qualquer exercício de previsão. Como o CFP tem vindo a apresentar nos

seus Pareceres, partindo dos relatórios dos Orçamentos do Estado entre 1995 e 2017, foram

calculados os intervalos de confiança associados às previsões do MF (Gráfico 2). Para tal, foram

usados intervalos de previsão assimétricos, que pressupõem, para ponderação do risco nas

previsões, uma probabilidade distinta de se verificarem desvios positivos e negativos face à

previsão.

Em geral, o cenário macroeconómico subjacente à POE/2018 apresenta uma perspetiva para a

dinâmica da economia portuguesa alinhada com as expectativas das principais instituições,

incluindo as do CFP (ver Caixa 1 e Gráfico 2).

2 DE NOVEMBRO DE 2017_____________________________________________________________________________________________________________

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