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Sábado 9 de Novembro de 1996
II Série-B — Número 3
DIÁRIO
da Assembleia da República
VII LEGISLATURA
2.ª SESSÃO LEGISLATIVA (1996-1997]
3.° SUPLEMENTO
SUMÁRIO
Voto n.º 51/VH:
De protesto pelo facto de o Sr. Primeiro-Ministro ter utilizado a língua castelhana cm discursos proferidos durante uma WsiVa oficia/ ao México (apresentado pelo
CDS-PP)...............................!............................................. l6-(42)
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II SÉRIE-B — NÚMERO 3
VOTO N.ºs 51/VII
DE PROTESTO PELO FACTO DE O SR. PRIMEIRO-MINISTRO TER UTILIZADO A LÍNGUA CASTELHANA EM DISCURSOS PROFERIDOS DURANTE UMA VISITA OFICIAL AO MÉXICO.
Os Portugueses assistiram atónitos a várias exibições de virtuosismo com que o Sr. Primeiro -Ministro, engenheiro António Guterres, utilizou a língua castelhana nos diferentes discursos que pronunciou no decurso da sua recente visita oficial ao México.
Não foi menor o espanto de todos nós ao verificarmos que, só depois de S. Ex.° o Presidente da República Mexicana ter referido a sua admiração por Luís de Camões e por outras figuras das letras portuguesas e pela sua obra, com particular referência a Os Lusíadas, S. Ex.º o Sr. Primeiro- Ministro de Portugal, no último discurso proferido em terras mexicanas, se dignou demonstrar que
dominava tão bem a língua portuguesa como havia demonstrado dominar a castelhana.
Sem prejuízo de considerar que o domínio de línguas estrangeiras é uma mais- valia considerável em acções externas, entendem os Portugueses que os seus dirigentes máximos devem, tal como sucede com os seus congéneres estrangeiros, usar, em acções oficiais, a língua portuguesa, que lhes é própria.
Nestes termos, a Assembleia da República emite um voto de protesto à actuação do Sr. Primeiro- Ministro ao desconsiderar objectivamente a língua portuguesa, pelo mau uso que dela fez, durante a recente visita oficial à República Mexicana.
São Bento, 7 de Novembro de 1996. — Os Deputados do CDS-PP: Jorge Ferreira — Nuno Abecasis — Maria José Nogueira Pinto.
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