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II SÉRIE-B — NÚMERO 42

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2002, nos XIII e XIV Governos Constitucionais, como Ministro da Ciência e Tecnologia, e, entre 2005 e 2011,

nos XVII e XVIII Governos Constitucionais, como Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

No plano europeu e internacional, seja mais uma vez enquanto investigador ou enquanto impulsionador de

políticas públicas da ciência, Mariano Gago deixou uma marca clara por onde passou, granjeando o respeito da

comunidade científica e dos seus interlocutores, mesmo quando consigo mantinham divergências de opinião ou

de abordagem.

A sua visão integrada e impulsionadora do setor científico nacional tornou-o numa referência política

incontornável para o setor e permitiu modificar profundamente as políticas públicas portuguesas, dotando a

ciência de uma nova centralidade política, criando mecanismos de financiamento reforçado e de

desenvolvimento da investigação científica e impulsionando de forma notável a produção científica nacional.

Carlos Fiolhais, em artigo publicado por ocasião do seu falecimento, traduzia de forma simples o que

representou para o setor, reconhecendo que, em Portugal, pode e deve distinguir-se, no campo da ciência, um

antes e um depois de Mariano Gago.

Paralelamente à capacitação do setor, Mariano Gago foi igualmente responsável pelo desenvolvimento dos

alicerces de uma verdadeira política de divulgação científica, vertida emblematicamente no lançamento da

Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, mobilizadora das novas gerações para

o conhecimento e a investigação através de uma rede integrada de centros espalhados pelo País, coroada com

o desenvolvimento do Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa.

O seu percurso científico e político foi por diversas vezes reconhecidos e agraciado, nomeadamente como

Comendador da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, em 1992, e ainda com a Grã-Cruz da Ordem de Rio

Branco, do Brasil, em 1999, a Grã-Cruz da Ordem de Isabel a Católica, de Espanha, em 2007, ou com a Grã-

Cruz com Estrela da Ordem do Mérito, da Alemanha, em 2009.

Porém, mais do que o reconhecimento institucional e protocolar, o papel de Mariano Gago na história da

ciência em Portugal e o agradecimento genuíno de milhares de investigadores e docentes do ensino superior

traduziu-se da forma mais simples e sentida através da homenagem que investigadores por todo o País lhe

prestaram simbolicamente, às 12 horas do dia 20 de abril, concentrando-se em silêncio no exterior das

respetivas instituições.

Os testemunhos de colegas nacionais e estrangeiros que continuam hoje mesmo a ser deixados no sítio da

Internet nascido de um movimento espontâneo da comunidade científica em Portugal são testemunhos

adicionais da dimensão do cidadão, cientista e responsável político inovador, que nunca se resignou com a ideia

de que Portugal estaria destinado a ser um País científica e tecnologicamente atrasado em relação aos seus

parceiros.

Assim, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária, presta o sentido reconhecimento e expressa

a gratidão pelo contributo académico e serviço cívico e público de José Mariano Gago ao longo de toda a sua

vida, endereçando à sua família, amigos e a todos os que no setor científico sentem especialmente a dimensão

da sua perda, as suas sinceras condolências pelo desaparecimento de um vulto maior da ciência em Portugal.

Os Deputados do PS, Ferro Rodrigues — Marcos Perestrello — Hortense Martins — Jorge Lacão — Pedro

Delgado Alves — Elza Pais — Glória Araújo — Rosa Maria Bastos Albernaz — Bravo Nico — Sandra Pontedeira

— Idália Salvador Serrão — Jorge Fão — José Magalhães — Rui Paulo Figueiredo — Pedro Farmhouse —

Laurentino Dias — Miguel Freitas — João Galamba — Fernando Jesus — Eurídice Pereira — Maria de Belém

Roseira — Sandra Cardoso — Luísa Salgueiro — Vitalino Canas — Nuno Sá — Miguel Laranjeiro — Agostinho

Santa — António Cardoso — Jorge Rodrigues Pereira — Alberto Costa — Sónia Fertuzinhos — Manuel Mota

— Odete João — Isabel Alves Moreira — Celeste Correia — João Soares — Fernando Serrasqueiro — Paulo

Pisco — Carlos Enes — Miguel Coelho — Ivo Oliveira — Catarina Marcelino.

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