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30 DE MAIO DE 2020

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Marias» só viram suspenso com a chegada da democracia.

Maria Velho da Costa assinou vasta obra, de que se destacam O Lugar Comum (1966), Maina Mendes (1969)

e Casas Pardas (1977), que recebeu o Prémio Cidade de Lisboa. São seus também Lucialima (1983, Prémio D.

Dinis da Fundação da Casa de Mateus), Missa in Albis (1988, Prémio de Ficção do PEN Clube), Dores (1994),

em colaboração com Teresa Dias Coelho (Prémio da Crítica da Associação Internacional dos Críticos Literários

e Prémio do Conto Camilo Castelo Branco), e Myra (2008, Prémio Máxima de Literatura, Prémio Literário

Correntes d'Escritas e Grande Prémio de Literatura dst). A sua vasta obra, e «(…) a inovação no domínio da

construção romanesca, no experimentalismo e na interrogação do poder fundador da fala» valem-lhe, em 2002,

o Prémio Camões.

Em 2003, é justamente agraciada como Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique e, em 2011, como

Grande-Oficial da Ordem da Liberdade.

Desde 1975, manteve uma colaboração regular em argumentos cinematográficos, trabalhando com

Margarida Gil, João César Monteiro ou Alberto Seixas Santos.

Em 2013, no discurso de aceitação do Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores (a que

presidiu), afirmou que «(…) a literatura não é só ‘uma arte, um ofício’, mas também ‘a palavra no tempo, na

história, no apelo do entusiasmo do que pode ser lido ou ouvido, a busca da beleza ou da exatidão ou da graça

do sentir’».

Escritora com grande consciência ideológica e crítica, Maria Velho da Costa nunca deixou de exortar e se

bater pela libertação das mulheres, tendo sido, até ao último dos seus dias, uma voz singular em defesa da sua

emancipação.

A Assembleia da República, reunida em Sessão Plenária, expressa o seu pesar pelo falecimento de Maria

Velho da Costa, recordando a figura ímpar das letras e endereçando à sua família e amigos as mais sentidas

condolências.

Palácio de São Bento, 28 de maio de 2020.

O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.

Outros subscritores: Alexandre Quintanilha (PS) — Pedro do Carmo (PS) — Francisco Rocha (PS) — Edite

Estrela (PS) — Ricardo Leão (PS) — Palmira Maciel (PS).

———

INQUÉRITO PARLAMENTAR N.º 3/XIV/1.ª

CONSTITUIÇÃO DE UMA COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO AOS PROCEDIMENTOS DE

AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL NO ÂMBITO DO COMBATE À COVID-19

A forma como o combate à pandemia tem vindo a ser feito em Portugal, tem estado envolta em algumas

polémicas, imprecisões e erros tácitos e técnicos que importa apontar para que não caiam no esquecimento.

Recordemos que, só um mês depois de a Organização Mundial de Saúde ter alertado todos os países para

o perigo que se avizinhava, o Ministério da Saúde publicou o despacho no qual recomendava o «reforço

imediato» do «stock de medicamentos, dispositivos médicos e equipamento de proteção individual» em 20%,

relativamente ao que tinha sido o consumo destes bens no ano anterior.

Esta demora na tomada de ação originou as maiores dificuldades entre os profissionais de saúde, que, a um

ritmo quase diário, se queixaram da falta de equipamentos de proteção individual face às necessidades sentidas

no cuidado dos pacientes que chegavam aos hospitais diagnosticados com COVID-19.

A urgência em acorrer às necessidades destes profissionais levou as autoridades a fecharem contratos por

ajuste direto, no valor de mais de 76 milhões de euros, com sete fornecedores, contratos esses que tardaram

em ser publicados, como determina a lei, no portal dos contratos públicos.

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