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8 DE MAIO DE 2021

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Palácio de São Bento, 4 de maio de 2021.

Os Deputados do PS: Ana Catarina Mendonça Mendes — João Miguel Nicolau — Alexandre Quintanilha —

Palmira Maciel — Hortense Martins — Cristina Mendes da Silva — Maria Joaquina Matos — José Rui Cruz —

Telma Guerreiro — Sofia Araújo — Olavo Câmara — Susana Amador — Francisco Rocha — José Manuel

Carpinteira — Fernando José — Francisco Pereira Oliveira — Rita Borges Madeira — Clarisse Campos — Marta

Freitas — Sílvia Torres — Ana Passos — Luís Capoulas Santos — Susana Correia — Alexandra Tavares de

Moura — Vera Braz — Romualda Fernandes — Cristina Sousa — Norberto Patinho — Anabela Rodrigues —

Eurídice Pereira — Joana Bento — Jorge Gomes — Paulo Pisco — Martina Jesus — Filipe Pacheco — Lúcia

Araújo Silva — Nuno Fazenda — André Pinotes Batista — Rosário Gambôa — Ivan Gonçalves — Joaquim

Barreto — José Luís Carneiro.

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PROJETO DE VOTO N.º 562/XIV/2.ª DE PESAR PELO FALECIMENTO DE JULIÃO SARMENTO

Faleceu, no passado dia 4 de maio, aos 72 anos, Julião Sarmento, nome maior das artes plásticas do Portugal

contemporâneo.

Nascido em Lisboa, a 4 de novembro de 1948, Julião Manuel Tavares Sena Sarmento inicia a sua atividade

artística nos anos 70, ao mesmo tempo que frequenta o curso de Arquitetura na Escola Superior de Belas Artes

de Lisboa, que conclui em 1974.

Depois de ter trabalhado na Secretaria de Estado da Cultura, logo após a Revolução, onde ajudou à alteração

das práticas artísticas em Portugal, é um dos nomes escolhidos por Ernesto de Sousa para a Alternativa Zero –

Tendências Polémicas na Arte Portuguesa Contemporânea, exposição que, em 1977, reúne trabalhos

conceptuais que marcaram a cena artística nacional a partir do final da década de 60 – a par com Helena

Almeida, Álvaro Lapa, Clara Menéres, Ângelo de Sousa ou João Vieira, entre outros.

Com uma obra diversa e multifacetada, em que se destaca, no desenho, na pintura, na fotografia ou no vídeo,

uma visão arrojada e provocante sobre o corpo e o desejo, Julião Sarmento foi sendo influenciado pelas mais

avançadas correntes da arte mundial, para o que contribuiu uma carreira com forte pendor internacional – bem

testemunhadas pelas participações nas edições de 1982 e 1987 da Documenta, de Kassel, ou na Bienal de Arte

de São Paulo, em 2002.

Julião Sarmento era, com efeito, um dos artistas plásticos portugueses com maior prestígio e projeção

internacional – uma projeção que foi fundamental para dar a conhecer novas gerações de artistas portugueses

–, estando a sua obra representada em inúmeras coleções públicas e privadas, no estrangeiro e em Portugal.

Talentoso e generoso, destacou-se também como colecionador, cedendo à Cidade de Lisboa um importante

acervo que integra pintura, objetos, instalações, vídeos e esculturas de artistas portugueses e estrangeiros que

conheceu ao longo da sua vida.

Depois de, em 1994, ser agraciado com o Grau de Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, a

consagração nacional de Julião Sarmento chega em 1997, ao ser escolhido para representar Portugal na Bienal

de Veneza. Em 2014, recebe o Prémio da Associação Internacional dos Críticos de Arte.

Com o desaparecimento de Julião Sarmento, Portugal perde um dos seus mais inovadores e multifacetados

artistas plásticos; alguém que marcou, decisivamente, o panorama das artes na segunda metade do século XX

e início do século XXI.

A Assembleia da República, reunida em sessão plenária, expressa o seu profundo pesar pelo falecimento de

Julião Sarmento, transmitindo à sua família e amigos as mais sentidas condolências.

Palácio de São Bento, 13 de maio de 2021.