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II SÉRIE-B — NÚMERO 64

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PROJETO DE VOTO N.º 660/XIV/2.ª

DE PESAR PELA MORTE DE OTELO SARAIVA DE CARVALHO

Faleceu no dia 25 de julho de 2021, aos 84 anos, Otelo Saraiva de Carvalho. Capitão de Abril, foi um dos

principais obreiros da revolução de 1974, da qual foi o comandante operacional e o reconhecido estratega. Foi

um dos libertadores de Portugal, resgatando o país da longa noite da ditadura. A ele devemos a liberdade e a

democracia.

Nasceu em 1936, em Maputo (então Lourenço Marques), Moçambique. Foi alferes e capitão em Angola,

entre 1961 e 1963 e entre 1965 e 1967, respetivamente, e ainda capitão na Guiné entre 1970 e 1973.

Otelo Saraiva de Carvalho participou ativamente no movimento de contestação ao Decreto-Lei n.º 353/73,

que visava responder à escassez de capitães dos quadros permanentes, e que veio a funcionar como um

verdadeiro catalisador do Movimento dos Capitães e do Movimento das Forças Armadas. Otelo foi responsável

pelo setor operacional da Comissão Coordenadora do MFA, desenhando as operações militares que acabaram

com o cerco ao Largo do Carmo, em Lisboa.

A 13 de julho de 1975, foi nomeado Comandante do COPCON e Comandante da região militar de Lisboa.

Integrou o Conselho da Revolução, criado a 14 de março de 1975. Em maio do mesmo ano, integrou, a par de

Costa Gomes e Vasco Gonçalves, o Diretório, uma estrutura política durante o IV e V Governos Provisórios. Foi

preso na sequência do golpe contrarrevolucionário de 25 de novembro, sendo solto três meses mais tarde.

Candidatou-se às eleições presidenciais de 1976 e de 1980. Em 1985 foi preso no âmbito do caso FP-25,

tendo sido libertado cinco anos mais tarde aguardando julgamento em liberdade provisória. Em 1996, os presos

do caso FP-25 foram amnistiados pela Assembleia da República.

A Assembleia da República manifesta o seu mais profundo pesar pela morte de Otelo Saraiva de Carvalho,

a quem devemos a liberdade e a democracia, e transmite à família, amigos e camaradas de armas as sentidas

condolências.

Assembleia da República, 3 de setembro de 2021.

As Deputadas e os Deputados do BE: Pedro Filipe Soares — Jorge Costa — Mariana Mortágua — Alexandra

Vieira — Beatriz Gomes Dias — Diana Santos — Fabíola Cardoso — Isabel Pires — Joana Mortágua — João

Vasconcelos — José Manuel Pureza — José Maria Cardoso — José Moura Soeiro — Luís Monteiro — Maria

Manuel Rola — Moisés Ferreira — Nelson Peralta — Ricardo Vicente — Catarina Martins.

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PROJETO DE VOTO N.º 661/XIV/2.ª

DE PESAR PELA MORTE DO MAESTRO MICHEL CORBOZ

Morreu no passado dia 2 de setembro, aos 87 anos, Michel Corboz, o histórico Maestro Titular do Coro

Gulbenkian.

Nascido a 14 de fevereiro de 1934 em Marsens, na Suíça, Michel Corboz começou por frequentar a École

Normale e, depois, o Conservatório de Friburgo, onde estudou canto e composição. Com 27 anos funda o

Ensemble Instrumental de Lausanne, bem como o Ensemble Vocal de Lausanne, do qual viria a ser Maestro

Titular até 2011 e ao qual, carinhosamente, Corboz se referia como «son effant terrible». Entre 1976 e 2004

assumiu, ainda, a direção coral do Conservatório de Música de Genève, onde era considerado «le poumon du

Conservatoire».

Em 1964, inicia uma colaboração com a Fundação Calouste Gulbenkian, ministrando cursos de iniciação à

Direção Coral. Seria por via deste trabalho que, em 1969, Madalena de Azeredo Perdigão, à época Diretora do

Serviço de Música, convidou Michel Corboz a assumir as funções de Maestro Titular do Coro Gulbenkian, no