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II SÉRIE-B — NÚMERO 9

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Venezuela aos doze anos de idade. Todavia, devido à difícil situação económica da sua família, apenas aos

vinte e seis anos entrou para o seminário. Foi durante mais de quinze anos mentor de Campo Rico, uma paróquia

popular de gente muito pobre, onde exerceu funções como ecónomo do arcebispado de Caracas, diretor da

Casa Sacerdotal (que acolhe sacerdotes doentes) e capelão de vários organismos de segurança pública

venezuelanos.

Em 1999, abriu as portas da Missão Católica Portuguesa para acolher dezenas de compatriotas que

perderam as suas casas e familiares durante as enxurradas no estado venezuelano de Vargas. Presidiu à

Fundação Virgem de Fátima e foi assessor do Movimento Sacerdotal Mariano. Foi também guia espiritual de

associações de beneficência e colégios, do Centro Português (Macaracuay) e do Centro Marítimo da Venezuela

(Turumo).

O Cónego Alexandre tinha também uma aguda consciência política, nomeadamente no que concerne às

condições de vida dos venezuelanos, em várias ocasiões demonstrando a sua preocupação pelas carências da

comunidade lusa local e pela situação de insegurança no país, alertando para os perigos da polarização da

situação no país decorrentes de discursos extremados entre os apoiantes do governo e da oposição.

Em 1997 foi agraciado pelo Presidente da República com o grau de Comendador da Ordem de Mérito, e, em

1999, com a ordem Cecílio Acosta, primeira classe, pelas autoridades do Estado de Miranda (Venezuela). Em

2006, foi declarado «madeirense ilustre» e agraciado com uma medalha e um galardão pela Comissão Pró-

Celebração do Dia da Região Autónoma da Madeira em Caracas. Em junho de 2019, foi condecorado com a

Medalha de Mérito das Comunidades Portuguesas, por ocasião do Dia de Portugal, que aproveitou para apelar

aos portugueses para darem atenção aos mais vulneráveis, em particular aos anciãos luso-venezuelanos.

Recebeu ainda a Cruz da Polícia Metropolitana de Caracas, de segunda e terceira classe e, em 2006, foi

condecorado pelo Centro Português de Caracas com a Ordem Grande Cordão João Fernandes de Leão

Pacheco.

O Padre Alexandre Mendonça era sobretudo muito próximo da comunidade. Sabia ouvir. Sabia intervir

quando estavam em causa as suas vidas e a proteção do seu bem-estar. Era um suporte ao trabalho consular

e diplomático e chegava onde mais ninguém conseguia alcançar. A sua voz serena era o maior sinal da sua

força.

Assim, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária, manifesta o seu pesar pelo falecimento do

Cónego Alexandre Mendonça endereçando as suas condolências aos seus familiares e amigos e a todos os

que forma destinatários da sua ação.

Palácio de São Bento, 22 de outubro de 2021.

Autores: José Luís Carneiro (PS) — Ana Catarina Mendonça Mendes (PS) — Paulo Pisco (PS) — Paulo

Porto (PS) — Ana Passos (PS) — Cristina Sousa (PS) — Clarisse Campos (PS) — Palmira Maciel (PS) — Lúcia

Araújo Silva (PS) — Sílvia Torres (PS) — Fernando Paulo Ferreira (PS) — Francisco Rocha (PS) — José Rui

Cruz (PS) — Rita Borges Madeira (PS) — Cristina Mendes Da Silva (PS) — Anabela Rodrigues (PS) — Maria

da Graça Reis (PS) — Alexandra Tavares de Moura (PS) — Jorge Gomes (PS) — Susana Correia (PS) —

Miguel Matos (PS) — Olavo Câmara (PS) — Filipe Pacheco (PS) — Telma Guerreiro (PS) — Sofia Araújo (PS)

— José Manuel Carpinteira (PS) — Marta Freitas (PS) — Martina Jesus (PS) — Fernando José (PS) — Elza

Pais (PS) — Rosário Gambôa (PS) — André Pinotes Batista (PS) — Joaquim Barreto (PS) — Vera Braz (PS)

— Susana Amador (PS) — Maria Joaquina Matos (PS) — José Cesário (PSD) — Carlos Alberto Gonçalves

(PSD) — Catarina Rocha Ferreira (PSD) — Nuno Miguel Carvalho (PSD) — Paulo Neves (PSD) — Sara

Madruga da Costa (PSD) — Edite Estrela (PS) — Bruno Aragão (PS).

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