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II SÉRIE-B — NÚMERO 23

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PROJETO DE VOTO N.º 121/XV/1.ª

DE PESAR PELO FALECIMENTO DO PADRE ANTÓNIO VAZ PINTO

Homem ímpar, de personalidade rica e multifacetada, atento e sempre disponível, António Vaz Pinto,

sacerdote jesuíta, detentor de uma vida plena, empenhada e entusiasta no campo da espiritualidade e da

ação, faleceu no passado dia 1 de julho, aos 80 anos de idade.

Oriundo de uma família originária de Arouca, o Padre António Vaz Pinto, o decimo primeiro de doze irmãos,

nasceu em Lisboa, em 1942, e entrou para a Companhia de Jesus em 1965, em Soutelo. Antes, frequentou o

Colégio São João de Brito, em Lisboa tendo ingressado mais tarde na Universidade Clássica de Lisboa onde

frequentou o curso de Direito durante 4 anos. Licenciou-se depois em Filosofia, em Braga, e em Teologia na

Alemanha, na universidade de Frankfurt.

Ordenado sacerdote em 1974, o padre António Vaz Pinto foi responsável pela criação e implementação de

várias obras da Companhia de Jesus de grande impacto apostólico, entre as quais os Leigos para o

Desenvolvimento (1986), o Centro de São Cirilo (2002), no Porto, o Centro Universitário Padre Manuel da

Nóbrega (1975-1984), em Coimbra, e o Centro Universitário Padre António Vieira (1984-1997), em Lisboa.

Desempenhou ainda diversos cargos de especial responsabilidade como sejam reitor da Comunidade

Pedro Arrupe, em Braga e reitor da Basílica do Sagrado Coração, na Póvoa do Varzim. Dirigiu o Centro de

Reflexão e Encontro Universitário Inácio de Loyola, no Porto, foi assistente nacional da Comunidade de Vida

Cristã e presidente da direção do Centro Social da Musgueira, em Lisboa.

Em 2008, foi nomeado diretor da Revista Brotéria e mais tarde, em 2014, reitor da Igreja de São Roque e

capelão da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Trabalhou também, durante vários anos na Rádio

Renascença, onde foi assistente entre 1984 e 1997, e colaborou com vários órgãos de comunicação social.

Foi também fundador da produtora de conteúdos religiosos Futuro e esteve no projeto inicial da criação da

TVI.

O Padre António Vaz Pinto também se destacou por diferentes missões pastorais e sociais, nomeadamente

a coordenação do Alto Comissariado para as Migrações e Minorias Étnicas, entre 2002 e 2005, e numa

preocupação permanente em prol de uma sociedade mais justa, ajudou a criar o «Banco Alimentar Contra a

Fome» e os «Leigos para o Desenvolvimento», uma Organização Não Governamental para o

Desenvolvimento (ONGD) católica.

Foi ainda autor de sete livros sobre teologia, filosofia e vida cristã, e dois de memórias, onde conta a

história da sua vida.

Em janeiro de 2006 foi distinguido pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, com a Grande Oficial

Ordem Infante D. Henrique.

O Padre António Vaz Pinto destacou-se em inúmeras missões e tarefas ao longo da sua vida. Dotado de

um sentido prático em que adaptava os seus princípios e valores doutrinais ao avanço da sociedade, a sua

influência e a sua ação enriqueceu a vida de milhares de pessoas, sendo uma fonte inspiradora especialmente

para os jovens.

António Vaz Pinto foi um homem que reconheceu e viveu o encontro pessoal com Cristo, sendo fiel a esse

encontro e transformou-o em experiência humana de uma vida vivida ao serviço do irmão. Distinguiu-se pela

sua capacidade de comunicar, amplificando e alargando a importância da sua mensagem, mas ao mesmo

tempo muito humano e direto, tocando o coração das pessoas.

O seu trabalho marcou a sociedade portuguesa, pois, mais do que palavras, o Pe. António Vaz Pinto

deixou obra.

A Assembleia da República, reunida em sessão plenária, expressa o seu profundo pesar pelo falecimento

do Padre António Vaz Pinto, transmitindo à sua família, amigos e à Companhia de Jesus as mais sentidas

condolências.

Palácio de São Bento, 18 de julho de 2022.

Autores: Joaquim Miranda Sarmento (PSD) — Ricardo Baptista Leite (PSD) — João Moura (PSD) — Paula

Cardoso (PSD) — Paulo Rios de Oliveira (PSD) — Catarina Rocha Ferreira (PSD) — Clara Marques Mendes

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