O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

II SÉRIE-B — NÚMERO 55

14

PETIÇÃO N.º 96/XV/1.ª

MONUMENTO NATURAL DAS PEGADAS DE DINOSSAUROS DE OURÉM − TORRES NOVAS

A raridade e o significado geológico e paleontológico desta jazida do Jurássico, com cerca 175 milhões de

anos, estão, de há muito, internacionalmente reconhecidos. O seu valor monumental aumenta pelo facto de

conter cerca de 400 pegadas de grandes saurópodes, muitas delas bem conservadas e organizadas em 20

trilhos, tendo dois deles mais de 140 m de comprimento. Acresce a estas excecionais características, a

grandiosidade e espetacularidade da jazida, no topo de uma única camada de calcário com 62 500 m2 de

superfície. Todo este conjunto dispõe de uma extensa área envolvente, suscetível de comportar diversos

equipamentos complementares. Na posse de um património com tais potencialidades, Portugal pode e deve

dar-lhe o tratamento que se impõe.

Assim, solicita-se a quem de direito:

(1) numa primeira fase, que mande fazer (por entidade competente) um projeto, envolvendo, em especial,

as componentes científica, pedagógica, lúdica e turística de superior qualidade, a nível internacional, e

(2), numa segunda fase, a sua concretização, na certeza da sua rendibilidade económica, potenciada pela

proximidade (10 km) ao Santuário de Fátima.

Intervenções já realizadas

Ensaios de restauro e consolidação da camada de calcário que contém as pegadas, mediante intervenção

adequada nas centenas de zonas esmagadas e/ou fraturadas pelas cargas de dinamite e sujeitas à erosão

pelas águas pluviais.

Implantação de um sistema de passadeiras, sobrelevadas 20 a 30 cm do chão, ladeando os principais

trilhos, com gradeamento, que permitem, ao visitante, percorrê-los sem pisar a laje, num circuito cómodo. Esta

proposta de solução, apresentada de início (anos de 1990), só foi adotada em 2021 e, hoje, com quase 15

anos de abertura desta jazida ao público, já se vê, na laje ,o efeito desagradável do pisoteio de milhares e

milhares de visitantes.

Jardim Jurássico com plantas de grupos característicos do Jurássico e ainda existentes, a localizar num

recanto da pedreira há muito abandonado e abrigado do quadrante norte, exemplificativo da flora

contemporânea dos dinossáurios que ali viveram. Entre as plantas e por indicação do Prof. Fernando Catarino,

figuram, ali Equisetum, Polipodium, Pteridium, Cycas, Ginkgo, Araucaria, Podozamites, Cupressus, Taxodium,

Podocarpus, e outras, com bastantes indivíduos adaptados e em crescimento.

Percurso de circulação pedonal quilométrico, na periferia da toda Pedreira, onde se distribuem as pegadas,

com definição de locais de observação apoiados em painéis explicativos. Esta intervenção está muito longe do

aproveitamento das potencialidades deste espaço.

Centro de interpretação por adaptação de antigo edifício da Pedreira, muito modesto para a importância

geológica e paleontológica da jazida e do seu enquadramento).

Intervenção nas pegadas por recurso ao branqueamento uniforme de cada uma das pegadas, como foi ali

feito, anula-lhes o relevo, oferecendo uma imagem irreal, estampada na pedra, que se afasta do realismo que

deveria ser procurado.

Algumas ideias a serem consideradas num futuro projeto

Restauro e consolidação da camada de calcário que contém as pegadas, obtidos que sejam os

ensinamentos dos ensaios em curso.

Construção de uma estufa a envolver todo o Jardim Jurássico, com simulação de um ambiente tropical

ameno e húmido.

Centro de Interpretação com o equipamento adequado (auditório, biblioteca e arquivo, salas de exposições

temporárias e oficinas pedagógicas, cafetaria, sanitários e loja).

Exposição de réplicas e de esqueletos montados, num pavilhão concebido para o efeito, podendo, assim,