O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

24 DE AGOSTO DE 2023

11

para permitir a exportação de bens da Ucrânia. Constanţa, que visitámos mais tarde, foi destacada como um

segundo corredor de exportação e complementar àquele.

A dependência do gás russo foi apontada como uma das maiores dificuldades e vulnerabilidades.

Por todos foi referida a importância da NATO na consolidação de importantes mudanças na Roménia,

recordando que a entrada na NATO foi motivada pela agressividade da Rússia naquela região.

A abordagem da Roménia para a implementação da Agenda de Mulheres, Paz e Segurança foi também um

dos temas abordados. Ana Maria Cătăuță e Nicoleta Pauliuc destacaram a preocupação com a valorização das

mulheres nas forças armadas, destacando o aumento da sua participação em operações no exterior, bem como

a promoção de políticas inclusivas para que as forças armadas romenas possam atrair mais mulheres.

Abordaram ainda a especial vulnerabilidade das ucranianas refugiadas, os problemas de integração, sobretudo

devido à língua, e a ação nas fronteiras para impedir que mulheres ucranianas sejam vítimas de crimes, bem

como o apoio psicológico que a Roménia está a prestar-lhes.

O encontro na Universidade Nacional de Defesa foi útil para a compreensão da gestão da dimensão

tecnológica, sobretudo relativamente à utilização dos dados na área da defesa. A armada romena está

especialmente focada no Mar Negro, importante para garantir a navegação segura na área.

Simona Cojocaru, Secretária de Estado, Chefe do Departamento de Política de Defesa, Planeamento e

Relações Internacionais no Ministério da Defesa Nacional, mencionou que a posição da Rússia não atinge só a

Ucrânia, sendo um ataque ao direito internacional e uma ameaça à Europa e à Aliança, apelando à união dos

Estados para impedir a Rússia de ganhar. Cojocaru referiu ainda que apoiarão a Ucrânia até ser necessário e

que têm colaborado numa frente ampla na Polónia e na Lituânia. Abordou ainda a parceria estratégica com os

EUA, na dimensão da segurança nacional, dando conta de que uma crise geopolítica obrigava a uma

cooperação alargada para garantir a estabilidade. A Secretária de Estado mostrou ainda preocupação com a

utilização de ferramentas digitais pela China, tendo em vista o exercício de influência internacional,

descredibilizando a tentativa deste país asiático de conduzir o acordo de paz, uma vez que não condenou a

Rússia e não é um player justo.

O General Remus Bondor, Chefe da Direção de Planeamento Estratégico no Estado-Maior da Defesa,

relembrou que a pandemia foi o primeiro teste à resiliência da sociedade, e que a NATO foi capaz de, durante

a pandemia, manter a capacidade de resiliência e defesa. Quanto à guerra na Ucrânia, o General Bondor relatou

que os instrumentos de poder tradicional não funcionariam por si mesmos, sendo necessárias as conexões com

os mecanismos de poder militar e o sistema de transporte para reforçar a capacidade. Bondor referiu ainda que

colocaram a resiliência no conceito estratégico de defesa nacional, sendo um dos seus três pilares. A reação

rápida é o foco para a gestão da defesa e o planeamento, face às ameaças, é reforçar a resiliência da sociedade.

O General referiu ainda que a NATO e a União Europeia devem trabalhar em conjunto para a resiliência:

«cooperação, organização e complementaridade».

O General Constantin Spînu, Chefe da Direção de Informação e Relações Públicas do Ministério da Defesa

Nacional, abordou a problemática da informação e desinformação em contexto de defesa. Definiu a resiliência

como a «capacidade de ir e reagir» e deu nota da ação de preparação em curso para a circulação de informação

e para o seu ambiente. O General Spînu referiu que a Roménia tem mecanismos para detetar o mais cedo

possível fontes falsas de informação e interagir e sincronizar com todas as organizações num curto espaço de

tempo. Alertou para a exigência adicional que as redes sociais trazem, sobretudo nos jovens, e destacou a

importância de selecionar os melhores canais para combater a contrainformação e apontou a credibilidade como

a melhor ferramenta para esta demanda, que temos de proteger. Deu como exemplo as fontes de desinformação

da Rússia, que publicam mensagens oficiais, utilizam as redes sociais e os media para circular narrativas de

desinformação.

Tivemos ainda oportunidade de visitar o porto de Constanța, o maior e mais importante porto da União

Europeia no Mar Negro. Possui importantes conexões rodoviárias e ferroviárias e tem capacidade para

100 000 toneladas/ano e implica mais de 700 entidades. Em 2022 movimentaram cerca de 800 000 contentores,

o maior registo dos últimos seis anos. No briefing pudemos compreender o impacto da ofensiva russa na região

do Mar Negro, onde se registaram ataques a navios. A importância deste porto é nuclear para o Acordo de

Exportação de Cereais da Ucrânia – um acordo intermediado por António Guterres e as Nações Unidas e pela

Turquia –, que permite a exportação de alimentos e fertilizantes. Não registaram incidentes desde que o Acordo

foi alcançado, registando-se até à data 26,7 milhões de toneladas exportadas, verificando-se o abrandamento