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Eu acho que o Serviço Social tem uma identidade muito específica, como formação e como profissão. O Assistente Social é um profissional com uma formação bastante agregadora, ou seja, tem uma formação que lhe advém das várias áreas das ciências sociais. Um Assistente Social é um profissional que tem que ter competência e capacidade para perceber e analisar a sociedade e as relações sociais em que está inserido. E, por outro lado, ter competências técnicas para trabalhar ao nível das relações sociais. Portanto, o Assistente Social tem vários níveis de intervenção: a nível micro, na relação com a pessoa, mas também no quadro das relações mais alargadas e das próprias organizações. (Ent. 10)

Eu acho que nós somos mais abrangentes em termos da área do social que tocamos. Dá-me a sensação que nós estamos mais abertos a ver o utente no seu todo. O utente com a sua família. Tenho a sensação de que o Assistente Social tem um utente à sua frente, e imediatamente está com uma visão alargada e preocupada com o todo e por detrás daquele utente toda a problemática que pode ali estar. Dele e da sua família. A sensação que tenho é que o Assistente Social vê assim com esta amplitude. (Ent. 13)

A especificidade é a forma de olhar, a dimensão do problema que nós trabalhamos que pode ser o mesmo problema que outras classes profissionais trabalham, mas trabalham uma dimensão diferente. E é a metodologia de intervenção. Eu acho que o que nos distingue de todos os outros que trabalham os mesmos problemas em todos os sectores é, de facto, a óptica pela qual se olha a dimensão do problema. Está simultaneamente virada para a acção. Se calhar é esta articulação teórico prática que outras profissões não terão. (Ent. 26)

Assim, os entrevistados, ao mesmo tempo que reconhecem a existência de outras

competências profissionais a concorrerem no mercado com a competência do profissional de

Serviço Social, também estão certos de que as fronteiras dos saberes são hoje mais imprecisas

e que existe cada vez mais espaço para um trabalho interdisciplinar e multiprofissional.

Contudo, a profissão ganha com a clarificação do que lhe cabe nestes contextos de trabalho e

de como pode contribuir para potenciar resultados positivos em acção concertada.

9. Nível de autonomia no exercício da profissão

Relativamente a esta questão, encontram-se respostas muito distintas. O nível de autonomia

parece variar mais em função do nível hierárquico do que em função da profissão. Ou seja,

como a maioria dos profissionais entrevistados trabalha em equipa, a autonomia é relativa.

Nós estamos numa instituição com dirigentes, acaba por ser um enquadramento diferente. Temos autonomia no sentido de fazermos os contactos que precisamos com os utentes, articularmos com eles, com outras Instituições, se for caso disso. Mas nós todos temos sempre alguém a quem temos de prestar satisfações do nosso desempenho. (Ent. 1)

Acho que tenho um bom grau de autonomia. Naturalmente que uma pessoa tem um guião e tem legislação e tem que se guiar por ali, mas depois no que toca a apoiar vai um bocado por nós e pela pessoa que temos ali à frente, pela situação em si. (Ent. 3)

Portanto, aqui há autonomia técnica. Depois tenho menos autonomia porque trabalho inserida numa instituição, que tem políticas, tem prioridades, tem objectivos, tem metas a