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exclusão social são condições que os assistentes sociais entrevistados apontam como

justificação para a necessidade de uma intervenção crescente dos profissionais do Serviço

Social e, consequentemente, para o aumento da necessidade de contratação de novos

profissionais, ou seja, para o aumento da sua empregabilidade.

Eu acho que o emprego vai crescer em Portugal em relação ao Serviço Social. Primeiro, porque o mercado da economia social está a crescer e está a sustentar-se, o que é mais importante do que estar apenas a crescer. Cada vez mais, temos associações para todas as questões da vida das pessoas. Por exemplo, as associações de doentes são uma coisa espantosa. As associações de doentes de Parkinson, de Alzheimer, etc. O mercado de trabalho em termos de Serviço Social vai crescer muito. E vai crescer também ao nível da docência. Eu acredito claramente que muitos cursos que hoje são muito estandardizados vão ter que meter o social lá dentro, as ciências sociais, as sociologias, todas as áreas das dinâmicas de grupo, as metodologias sociais. Isso fala-se em todas as universidades, e diz-se que os magistrados têm de saber do social, e que os médicos têm que saber do social. Acredito seriamente que essas áreas vão ser penetradas e a minha expectativa é que o trabalho vai crescer muito. (Ent. 25)

Todavia, a crise, anteriormente associada ao aumento da necessidade da intervenção dos

profissionais do Serviço Social, é também mencionada por alguns entrevistados como

justificação para a reserva que evidenciam relativamente à evolução da empregabilidade dos

assistentes sociais.

Acho que cada vez está mais complicado. Nesta área existe uma grande dificuldade de integração a nível laboral. Porque, hoje em dia, também os trabalhos são precários. Fazem-se estes projectos, mas estes projectos não têm continuidade. Chega a um ponto em que acabam. É um projecto, tem princípio, meio e fim. Não tem sustentabilidade. (Ent. 12)

Neste momento o mercado de trabalho não absorve essas pessoas todas. Nós quando precisamos de um Assistente Social vamos ao nosso arquivo de currículos e temos muitos, muitos. (Ent. 14)

Eu não tenho grandes expectativas. Porque se não se reconhece o que é o Assistente Social e a função que ele desempenha, não se pode esperar muito. É um preconceito, mas se soubessem que o Assistente Social podia intervir nestas áreas todas eu acho que não havia assistentes sociais desempregados. Eu vi na Dinamarca fazerem intervenção com desempregados de longa duração, lá têm mesmo que trabalhar, e o Assistente Social lá ia de bicicleta percorrer as casas, não estava atrás de um guichet a atender. (Ent. 23)

À semelhança do que já se referiu anteriormente, os entrevistados que desempenham

funções de carácter mais institucional aparentam ter uma reflexão mais desenvolvida,

nomeadamente sobre as condições futuras de empregabilidade dos assistentes sociais,

associando-as a uma reestruturação que a profissão deverá pôr em prática.