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iSessão de 19 de Janeiro de 1926

sãs portuguesas, em vez de se esforçarem por melhorar os seus serviços, tornando-se dignas do imenso benefício com 'que foram contempladas, fizeram ainda pior do que anteriormente, tripudiando ante a falta de concorrência. •

Seja, porém, como for, a elas cabe sempre toda a responsabilidade.

Eu peço, portanto, a V. Ex.a, Sr. Presidente, visto não estar presente qualquer membro do Governo, que faça a fineza de chamar a atenção do actual Sr. Ministro •do Comércio para estes abusos, que não podem continuar, já para que S. Ex.a se ~vá inteirando do serviço de companhias portuguesas previlegiadas, já para que se -capacite de que os madeirenses tom sesm-pre razão quando reclamam e protestam, pois nunca se deixam nortear por caprichos ou egoismos, antes se baseiam sempre em incontestáveis direitos e legítimas Teivindicações.

O Sr. Presidente : — Farei presentes ao 'Sr. Ministro do Comércio essas considerações.

O Sr. Júlio Ribeiro: — Mando para a Mesa vários documentos.

O Sr. Medeiros Franco: — Está neste momento reunido em Coimbra um congresso do mutilados de guerra. Entendo que se lhe devem dirigir as nossas saudações.

O Sr. Presidente:—Esse congresso teve a gentileza de enviar ao Senado um ''telegrama de saudação, e que foi lido hoje na Mesa.

O Orador: — Na moção que vou man--dar para a Mesa, eu digo que o Senado continua no propósito de dispensar à causa dos mutilados a sua melhor atenção, como o demonstrou ainda na última legislatura.

Ao nosso ilustre colega devemos em grande parte o carinho que aos mutilados «e concedeu.

Refiro-me ao Sr. José Pontes (Apoiados) que tem estado constantemente na •brecha na defesa dessa causa.

Entendo que bem merecem os mutilados de guerra a nossa calorosa saudação e assim envio para a Mesa a moção, que

é a seguinte:

«O Senado da Eepública saúda o congresso dos mutilados da guerra e afirma o seu propósito de continuar a dispensar à causa justa daqueles servidores da Pátria a mais carinhosa atenção e desvelado interesse.— Medeiros Franco».

Pedia também a V. Ex.a a fineza de me reservar a palavra para depois do Sr. Simas para tratar do caso levantado pelo Sr. Vasco Marques.

Tenho dito.

O orador não reviu.

, O Sr. D. Tomás de Vilhena: — Sr. Presidente : em nome deste lado da Câmara associo-me à moção que acaba de'apresentar o Sr. Medeiros Franco.

Incontestavelmente é uma dívida sagrada que a Pátria tem de pagar àqueles que vão dar o seu sangue pela Pátria, pelo bom nome da terra onde nasceram.

Não há direito para se ver com indife-rentismo questões desta magnitude, e se há motivos para se exigirem sacrifícios, é para garantir uma existência honrada àqueles homens que longe da sua terra foram defender este património de tradições gloriosas que ainda hoje constitui o melhor pergaminho da raça portuguesa.

Tem, pois, o Sr. Medeiros Franco o meu voto, e isto não quere dizer que no campo político não esteja numa situação diametralmente oposta com muita pena minha, porque é um homem de qualidades apreciáveis e muito mais prazer teria em o ver deste lado- Mas nunca faço política nestas questões verdadeiramente nacionais.

Nesta hora em que temos de lamentar aqueles que caíram no campo da batalha defendendo a nossa Pátria e aqueles que se inutilizaram defendendo a bandeira portuguesa, não há divergências de opinião.

Não quero deixar de me referir ao nosso colega Sr. José Pontes que tem sido incansável nesta benemérita cruzada em favor de aqueles que deram o melhor do seu esforço para defender a sua Pátria.