O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

25 BE MAIO DE 1995 2545

Talvez tenham razão porque o crescimento económico que vai verificar-se será suficiente para todos estes devaneios do Partido Socialista. É o cúmulo do ridículo, Sr. Deputado, que um partido que, durante quatro anos, avisou que a política económica é mal conduzida, venha agora dar a entender (o que está implícito no £0u raciocínio) que, afinal, foi bem conduzida porque o crescimento económico dará para todas estas loucuras. Em que ficamos? Então, os senhores andaram a mentir durante quatro anos ou só estão a mentir agora?
Mais, afinal, o Governo do PSD foi eficaz ou ineficaz? Digam, por favor, que o Governo do PSD foi eficaz porque é o próprio porta-voz para a economia do vosso partido que refere que as propostas do PS só são viáveis se houver crescimento económico. Logo, se responderem que o Governo é ineficaz, não vai haver crescimento económico e não vale a pena votar no PS porque é inviável. Expliquem esta contradição senão arriscam-se a que o País pense que os senhores andam a vender "banha da cobra".
A conclusão que tiro disto tudo é a de que os senhores não devem cobrir os ombros nem os pés mas, isso sim, devem cobrir a cara de vergonha e ficarem nus perante a opinião pública portuguesa!

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Ferro Rodrigues.

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Rui Carp, V. Ex.ª disse que a caravana passa mas não fica, o que é evidente, pois por alguma; razão se trata de uma caravana. Em cada local por onde passa a caravana, ficam os eleitores que vão mudar o sentido do seu voto e permitir que, em Portugal, surja uma nova maioria.

O Sr. Rui Carp (PSD): - Esses continuam a votar no PSD!

O Orador: - Tem graça o Sr. Deputado Rui Carp apresentar a ideia de que partilhar o poder nada custa. Foi o que se viu ao longo destes 10 anos, a começar pela Assembleia da República, palco dos últimos exemplos dessa matéria, e refiro-me, nomeadamente, aos vergonhosos comportamentos adoptados pelos Deputados da bancada do PSD nas comissões de inquérito ao caso OGMA e ao Totta/Banesto.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Quanto ao rendimento mínimo garantido, fique o Sr. Deputado Rui Carp a saber que era, e é, para valer!
A folga do PS para governar vai depender, do meu ponto de vista, da mudança que conseguir imprimir à Sua política e estou convencido de que com o PS haverá maior crescimento e maior riqueza. Difícil será que aconteça o contrário, depois da desastrosa política económica e social do actual Governo.
Quanto aos problemas de natureza autárquica ocorridos em Albufeira, julgo que, talvez mais depressa do que pensamos, o Sr. Deputado Rui Carp terá oportunidade de candidatar-se a uma assembleia municipal e discutir esse tipo de questões na sede onde o devem ser e não aqui.

O Sr. Rui Carp (PSD): - Essa agora não percebi!

O Orador: - Por outro lado, é mentira que Jaime Gama tenha dito que não havia défice democrático na Madeira e não o pode ter lido de forma alguma. Disse apenas, o que é muito importante, que a agenda política do PS sobre as prioridades na Madeira não depende da vontade do PSD mas da vontade do PS.

O Sr. Jaime Gama (PS). - Muito bem!

O Orador: - Sr. Deputado Carlos Oliveira, o seu pedido de esclarecimento é que podia ser qualificado de forma idêntica à minha intervenção- despropositado e sem conteúdo. Quando, por exemplo, diz que não vale a pena visitar o País pois demonstra-se não o conhecer, tal forma de pensar não entra na cabeça de quem quer que seja e muito menos na de quem esteja na política há alguns anos e tenha uma certa experiência. Aliás, estou convencido de que o Sr. Deputado não acredita, sequer, naquilo que diz!
É totalmente falso que o Grupo Parlamentar do PS tenha, em algum momento, proposto uma manifestação! É totalmente falso!

O Sr. Carlos Oliveira (PSD): - Está escrito! Não foi desmentido!

O Orador: - Acredite naquilo que quiser, mas é totalmente falso. Aliás, gostava que me facultasse cópia dessa notícia contendo declarações do Grupo Parlamentar do PS a propósito da referida manifestação.
O Sr. Deputado Rui Rio falou do delírio eleitoral do PS, no que está em total contradição com o Sr. Deputado Rui Carp. Continuam a não se entender! Já, no Orçamento, um intervém, na qualidade de "especialista", no debate na generalidade e o outro, no da especialidade, e normalmente contradizem-se, sucedendo o mesmo agora. O Deputado Rui Carp veio dizer que o PS já não faz as mesmas promessas de há umas semanas atrás e o senhor veio falar-nos em delírio eleitoral. Vejam se se entendem! No entanto, posso assegurar-lhe que o PS não fará uma única promessa que não tenha a convicção absoluta de cumprir.

Vozes do PSD:- Oh!

O Orador: - Já agora, aos Srs. Deputados que me pediram esclarecimentos, quero dizer que o grande perigo de um poder absoluto é o desespero de, quando ainda tem a maioria, saber que vai ser oposição. Aliás, é um pouco o que está a passar-se com os senhores. Nesta altura, como pode comprovar-se, qual é a prática da maioria? Aprovar, a granel, nomeações, despesas - e vamos ver que surpresas aí vêm, em sede de execução orçamental, para caçar ainda uns votos à função pública e aos reformados e vamos a ver que herança financeira restará a partir de Outubro - e, também, legislação geral contranatura.
O que vale, Sr. Deputado Rui Carp, é que em democracia nada é definitivo, pelo que a nova maioria, com o apoio do eleitorado, governará Portugal de uma forma nova, virada para o futuro e não ficará refém de medidas que os senhores tomem agora, de forma apressada e, nalguns casos, de forma duvidosamente legal.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, passamos agora ao tratamento de assuntos de interesse político relevante.

Páginas Relacionadas
Página 2551:
25 DE MAIO DE 1995 2551 o projecto, apesar de ainda dependerem de esquemas de financiamento
Pág.Página 2551