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50 | I Série - Número: 092 | 18 de Junho de 2009

Declarou guerra e denegriu importantes sectores profissionais. Dos trabalhadores da Administração Pública, central e local, dos professores, dos enfermeiros aos militares, aos profissionais das forças de segurança e da justiça, poucos foram os trabalhadores que escaparam à sanha persecutória deste Governo.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. Francisco Lopes (PCP): — O Governo PS comportou-se, na relação com os trabalhadores e o movimento sindical, como seguidor, com um quarto de século de atraso, da concepção retrógrada e trauliteira de Margaret Thatcher. Impulsionou a calúnia, a intimidação e a repressão, mas não conseguiu travar a indignação, a luta e o vigor da afirmação dos direitos democráticos de Abril.
A agressividade da acção do Governo desencadeou das maiores manifestações, greves e paralisações das últimas décadas dos trabalhadores, dos agricultores, dos utentes da saúde, dos estudantes, dos professores, dos enfermeiros, de tantos outros, a culminar na Marcha «Protesto, Confiança e Luta!», em que mais de 85 000 participantes, convocados pela CDU, mostraram um inequívoco «cartão vermelho» à política do Governo.
O Sr. Primeiro-Ministro, do alto da sua arrogância, quando se comprovava que várias dessas acções eram as maiores de sempre, ironizava, dizendo que já estava habituado. Acumulou recordes de insatisfação e protesto ao longo dos últimos anos e agora juntou mais um recorde: conseguiu levar o PS a ter o menor número de votos de sempre em qualquer eleição.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Bem lembrado!

O Sr. Francisco Lopes (PCP): — Isto é consequência, em grande medida, de ter optado e de se ter habituado a governar contra os interesses populares.

Vozes do PCP: — Muito bem!

O Sr. Francisco Lopes (PCP): — A questão que hoje se coloca não é apenas um problema de estilo que possa ser resolvido passando de uma real arrogância para uma falsa humildade. Nem sequer é um problema apenas de pessoas ou siglas partidárias. A questão essencial com que Portugal se confronta é um problema de opções e de política. A situação do País está à vista! A insistência na política que criou os problemas existentes só pode agravá-los. Aqueles que, ao longo das últimas décadas, conduziram Portugal para a crise não têm nenhuma solução. A sua proposta é a de esperar que outros países recuperem ou, desde já, preparar uma nova e mais agressiva fase de ataque aos interesses dos trabalhadores e do povo, invocando, desta vez, simultaneamente, a crise e o défice, para, afinal, acrescentar crise à crise.

Vozes do PCP: — Muito bem!

O Sr. Francisco Lopes (PCP): — É esta a censura que fazemos, a uma política que conduz o País para a injustiça e compromete o seu futuro. Uma censura que nasce do protesto e da luta, que se traduz nas eleições e exige a ruptura e a mudança para uma vida melhor e que, por isso mesmo, é censura ao Governo PS e à sua política, que, em aspectos essenciais, é também a política do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. Francisco Lopes (PCP): — É necessária a ruptura e a mudança, uma política de esquerda que materialize os valores e princípios da Constituição da República Portuguesa. Uma política que acabe com um poder político voluntariamente aprisionado pelos interesses dos grupos económicos e financeiros, pelas privatizações e pelas negociatas e escandaleiras e coloque no comando da política nacional os interesses do País, dos trabalhadores, da juventude, do povo português.

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