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18 DE OUTUBRO DE 1989

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pública, bem como o programa de privatizações de instituições financeiras e de empresas industriais, que constituem poderosos factores para o crescimento e diversificação dos mercados financeiros primários e secundários.

Com a conclusão da elaboração do «livro branco» Sistema Financeiro—Ano 90, dinamizar-se-á em 1990 a reformulação global e integrada da regulamentação das instituições financeiras, em particular das instituições de crédito e a respectiva adaptação às directivas comunitárias.

Neste ano entrará também em vigor o Código do Mercado de Valores Mobiliários, bem como outras reformas que incentivarão a profissionalização dos operadores e o reforço dos seus organismos representativos na gestão e funcionamento das bolsas de valores.

Com a implementação da nova política monetária de controlo indirecto da liquidez os mercados monetários conhecerão também uma expansão e modificação muito significativas. Prosseguirá a política de internacionalização crescente do escudo, num contexto de preparação para as condições da futura união económica e monetária europeia.

56 — A consolidação da reforma fiscal, iniciada cm Janeiro de 1986 com a implementação do IVA e continuada em 1989 com a entrada em vigor do imposto único, vai prosseguir, agora na vertente dos meios da sua aplicação prática, tendo em vista reforçar as condições do controlo dos rendimentos efectivos e de consolidação das garantias dos contribuintes.

Neste quadro, a modernização da administração fiscal constitui uma prioridade fundamental, designadamente no que toca à reestruturação dos serviços, já iniciada, e ao reforço dos meios tecnológicos.

A lei do processo tributário será reformulada à luz da nova filosofia fiscal e será elaborado um quadro normativo adequado ao novo regime do direito substantivo tributário, no domínio das infracções fiscais não aduaneiras, tendo sempre presente a necessidade de descongestionar os tribunais tributários, fechando-se o ciclo com a reformulação da lei orgânica dos referidos tribunais.

57 — As privatizações ocupam uma importância fundamental na reestruturação e modernização do tecido económico português e no reforço da actividade empresarial, nesta fase de preparação intensa das empresas para enfrentar os desafios do mercado único europeu.

Com efeito, as privatizações estão associadas ao progresso económico incentivado pelo desenvolvimento das forças de mercado e visam, como objectivo principal, modernizar e melhorar a competitividade das empresas e contribuir para a satisfação da necessidade de maior eficácia económica, entregando à iniciativa privada aquilo para que está mais vocacionada do que o Estado. A lógica das privatizações é a da racionalidade económica, a sua óptica é estruturante, a sua finalidade é a eficácia económica.

Ao definir uma estratégia realista e eficaz para o processo de privatizações em Portugal, o Governo teve em conta a envolvente do processo, que condiciona o seu ritmo. Factores como a situação do mercado de capitais, a disponibilidade e capacidade financeiras reveladas pelos investidores nacionais, a necessidade de defender e valorizar os interesses portugueses a par da situação e nível de preparação de cada empresa a privatizar e do potencial interesse dos investidores nas empresas não podem deixar de ser devidamente ponderados.

A evolução positiva destes factores e muito em especial a revisão da Constituição recentemente operada, permitindo o estabelecimento de um novo quadro legal para o processo das privatizações, vai possibilitar a alienação da totalidade do capital das empresas, a flexibilização das modalidades de alienação e dos limites máximos susceptíveis de serem adquiridos por cada investidor nacional e estrangeiro, ao mesmo tempo que proporcionará a intensificação do ritmo das privatizações.

A acção a desenvolver levará ainda em conta os objectivos de: robustecimento de empresas e sectores da economia nacional com vista a permitir-lhes sustentar a concorrência acrescida; constituição de grupos empresariais nacionais suficientemente sólidos para ombrear com os seus congéneres do exterior; mobilização das poupanças individuais e familiares, retirando liquidez ao consumo em benefício do investimento e gerando a formação de uma camada de accionistas individuais progressivamente mais vasta; ponderação entre os investidores nacionais e os de origem estrangeira, especialmente importantes em áreas técnica e tecnologicamente mais atrasadas entre nós; necessidade de, em casos concretos, se fomentar o surto de accionistas estáveis; possibilidade de, pela via das receitas geradas pelo processo, se diminuir a dívida pública, encarando-se, nomeadamente, a representada pelos títulos de indemnização por nacionalizações e expropriações, quando detidos pelos seus beneficiários originários ou respectivos herdeiros.

São mantidos ao longo de todo o processo, os princípios fundamentais de transparência, rigor e isenção dos procedimentos, de defesa e valorização de interesses patrimoniais do Estado, de adequada disseminação do capital, com tratamento equitativo dos intervenientes e de gradualidade, eficácia e prestigio do processo.

O programa de privatizações tem uma vasta extensão, cobrindo praticamente todos os domínios da actividade económica e desenvolver-se-á, naturalmente, ao longo de vários anos.

Durante o ano de 1990 prevê-se, designadamente, a privatização de empresas do sector bancário, segurador, industrial, dos transportes e comunicações, das pescas e da comunicação social.

58 — Na área da comunicação social, o Governo prosseguirá a sua política de liberalização: serão alienados os últimos bens das empresas jornalísticas, preparar-se-ão os instrumentos normativos para abertura da televisão à iniciativa privada e licenciar-se-ão as rádios privadas que possam dispor de frequências disponibilizadas no espectro radioeléctrico português. O Governo dedicará também especial atenção à questão da formação dos profissionais do sector.

Estrutura económica

Desenvolvimento da educação e da formação profissional

59 — O desenvolvimento de uma sociedade depende, fundamentalmente, da valorização dos recursos humanos. A educação e a formação, como enriquecimento das qualidades humanas, são um investimento prioritário, pois são elas que promovem as capacidades de cooperação social e de desenvolvimento pessoal, indispensáveis ao equilíbrio e riqueza da vida em sociedade.

A concretização deste eixo prioritário de actuação decorre, simultaneamente, da criação e melhoria das infra-estruturas de educação e de formação profissional e do