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II SÉRIE-A — NÚMERO 1

nos países em vias de desenvolvimento, terá um tratamento próprio e será objecto de um esforço financeiro particular. Áreas como a justiça, a administração pública, as forças armadas e serviços de segurança, a formação diplomática e a juventude são outros tantos campos sócio--culturais onde a acção de cooperação portuguesa incidirá em 1990, quer dando sequência a projectos em curso, quer lançando novas acções e programas.

No plano técnico-económico a cooperação portuguesa tem como principal directriz auxiliar a concretização dos programas de desenvolvimento e formação definidos pelas autoridades de cada país, mobilizando para tal a colaboração activa dos agentes económicos nacionais, aos quais é reconhecida uma especial vocação e adequação para operarem nesses mercados. Nessa linha, Portugal continuará a fazer beneficiar esses Estados de um tratamento específico no âmbito da ajuda financeira, consciente como está do carácter limitador de tais dificuldades em qualquer processo de desenvolvimento. A reabilitação de infra-estruturas e o planeamento e a instalação de unidades económicas susceptíveis de poderem, a prazo, garantir um crescimento auto-sustentado e um pleno aproveitamento das potencialidades nacionais é outra das linhas mestras da actuação portuguesa. Finalmente, e ainda dentro do quadro das prioridades, continuar-se-á a contribuir para a formação técnico-profissional dos recursos humanos dos países beneficiários, na busca da autonomização dos factores de desenvolvimento que constitui a filosofia basilar da intervenção do nosso país nos processos de ajuda ao desenvolvimento.

Convirá ainda referir que a cooperação portuguesa se objectiva igualmente por via da sua participação em instituições multilaterais que actuam na área da ajuda ao desenvolvimento. Através destas instituições, Portugal procura fazer reflectir as vantagens de uma acção integrada e de dimensão internacional, garantindo a sua participação em intervenções de âmbito alargado e com acrescidas possibilidades de eficácia. Estão neste caso as actividades no quadro da política de cooperação das comunidades europeias e no âmbito das agências especializadas das Nações Unidas.

Do mesmo modo —e na linha do incentivo à participação dos diversos agentes sociais nos processos de desenvolvimento— continuará a ser prosseguida pelo Estado Português uma política de apoio às organizações não governamentais e a outras estruturas de âmbito regional ou sectorial, no que constitui uma das vias despertar uma crescente sensibilidade da opinião pública para as questões da política de ajuda ao desenvolvimento.

48 — A defesa nacional de um país envolve diversas componentes que não se reduzem à vertente militar. Trata-se de salvaguardar os valores, os interesses e a identidade próprios perante as múltiplas ameaças que se revelam a cada passo, considerando a necessidade de afirmação da sociedade, da economia e da cultura. Estamos, pois, perante uma tarefa do Estado e da sociedade, das instituições e dos cidadãos.

O prestígio e a dignidade de Portugal exigem, assim, uma especial atenção neste domínio, com inteira fidelidade aos compromissos internacionais e empenhamento na luta pela paz.

Relativamente à componente militar, prosseguirá o esforço de reestruturação e redimensionamento das forças armadas, bem como de reequipamento e modernização do aparelho militar, através, designadamente, das seguintes acções:

Revisão da primeira Lei de Programação Militar; Reestruturação dos estabelecimentos fabris militares; Definição da estratégia de utilização e destino do património imobiliário afecto à defesa nacional.

No que respeita à componente de natureza não estritamente militar, as acções a concretizar destinam-se a:

Promover a consciência nacional e a vontade colectiva da defesa da Nação, nomeadamente através da reestruturação do Instituto de Defesa Nacional;

Prosseguir com o esforço de reconversão da indústria nacional de defesa, a par de apoio à investigação científica e desenvolvimento tecnológico. A este nível destacam-se: a conclusão do processo de saneamento financeiro da INDEP e a transformação da empresa em sociedade anónima, a aprovação e o início da fabricação de novos produtos de defesa, a participação nacional nos programas I&D do Plano Tecnológico Europeu e a instalação do Conselho de Ciência e Tecnologia da Defesa.

49 — A modernização do nosso país exige ainda a reorganização e o reforço da segurança interna, ao serviço da salvaguarda dos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos e como forma de afirmação do Estado de direito, a que acresce a participação de Portugal na construção do projecto europeu, que convoca a necessidade de reflectir de forma renovada a política de segurança intema, a qual deverá agora corresponder às exigências de um espaço geográfico, político, económico e social mais vasto, onde se afirmam novos direitos e liberdades mas também novas formas de criminalidade.

O Estado democrático necessita de meios cada vez mais aperfeiçoados para protecção dos cidadãos, dos seus bens e das insütuições, como forma de assegurar as condições essenciais à normalidade e estabilidade da vida da comunidade nacional, ao reforço da coesão e da solidariedade entre os Portugueses, ao desenvolvimento económico e ao progresso social, objectivos que constituem factores indispensáveis à afirmação externa de Portugal.

Apesar da impossibilidade de recurso a fundos comunitários, percebidos noutras áreas no âmbito da coesão económica e social, o Governo prosseguirá o esforço no sentido de dotar as forças e serviços de segurança nacionais com os efectivos humanos e as infra-estruturas e equipamentos susceptíveis de potenciarem qualitativa e quantitativamente a sua operacionalidade e o êxito das suas missões.

Neste contexo assumem singular importância o aperfeiçoamento dos mecanismos de recrutamento do pessoal de tais forças e serviços de segurança, bem como a melhoria das acções de formação de base tendentes à elevação do seu nível técnico-profissional. Na prossecução do mesmo objectivo incrementar-se-ão acções de formação complementar, de actualização e especialização, destinadas a preparar adequadamente os seus elementos para as novas realidades que têm de enfrentar, reforçando-se assim as condições indispensáveis para que todos cumpram de uma forma eficiente e digna as relevantes atribuições que lhes estão cometidas.

No quadro do desenvolvimento da política de segurança interna, particular atenção continuará a merecer a consolidação de renovadas fórmulas de relacionamento entre as