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os meios que o Governo levantou, excederam ou não os dois mil contos. Se os Srs. Deputados da Oppo-sição demonstrarem, que a somma levantada para o fim que ella foi concedida, excedeu os dois mil contos, é evidente que o Governo abusou. Mas como para entrar no exame do uso que elle fez desses di-nheiros.....(Uma voz : — Não e' possível).

O Orador: — Ainda betn que ouvi ao Sr. Deputado, que não é possível, e por isso estou certo que concorda, que não é esta a occasião própria para esse exame ; mas só quando vierem as contas : antes disso é tudo prenialuro. Eu entendo, que a questão de Fazenda que tanto agora se quer separar da questão Política, não pôde ser olhada de-baixo de outro ponto de vista, e da maneira que ennunciffi: já se vê portanto, que esta discussão não pôde nem ha de ser senão uma e única, cada um dos Srs. Deputados pode escolher o ponto que lhe parecer para combater; não são elles lâo poucos, nem tão estricto e' o campo, para apropriadamente responder ás diversas arguições^ que quizerem fazer. Procuraremos pelos meios possíveis, sustentar o Parecer da Commissão', e rnuiltf desejaria eu que a Opposição pudesse convétVcer-se da conclusão resul-larite do Parecer da Éfom missão. Mas, Sr. Presidente, já em álgúína òccasião a Opposição se deu por convencida"!? Sr. Presidente, parlamentar-mente fallaridó ás (ypposições vencem-se, não se convencem : eu riSo s'ér quê houvesse uma só Op-posiçãò, que se desse por convencida, tenho visto muitas .'ezes o t)'ebutado da Opposição haver-se dado pôr convencido em cefíd e determinada cousa, como indivíduo; trias Oppo'síção, ainda não vi nenhuma convencida, nciu será fácil mostrar-àe «m só exemplo': seria para desejar que a Maioria da Camará fazendo esforços para ganhar as convicções, obtivesse o assentimento da Opposiçâo, porem como taès desejos soníio realisam, as consequências a tirar, sào de que os votos hão de decidir a questão. (O Sr. Gavião: — Apoiados, apoiados.)

O Orador: — Apoiado! Sim, Senhor! E como e que se decidem nos Parlamentos todas as questões? Sr. Presidente, acceito esses apoiados, sinceros ou porem com os votos e' que se decidem em to-

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dos os Parlamentos as questões. Decidem-se cotn os votos de todas ás inlelligenclas do Parlamento, depois d'uma discussão franca e livre, e não só dos que entram em combate, mas de todos oquelles, qiie se convencem , ou se deixam convencer, doa argumentos daquelles que faliam ; e se nem todos faliam, e por certo porque não querem: porque jul-"go a todos com a m"esma idoneidade para apresentar as suas idéas, pelo menos todos tem o direito de o faze"r.

Sr. Presidente, depois de uma discussão fechíi-da , votá-se. Eis-àqui, como procedem as Assein-I3le'a3 deliberantes , como praticam todos os Parla-inenlós, depois dos debates sobre às questões estas terminam com os votos. Pôde vir o caso, e algu-~~ imas vê"zes tem acontecido, de que prtídusa taes ai"' gunjenlos, tenha tanta razão, e tanta facúndia pa->a a expor, que seja capa?, de convencer a Maioria; e eis-ahi a Opposiçâo convertida em Maioria; eu não sei nem posso ainda prevenir como poderei votar, dado que pelas circumstancias em que se me apresenta a questão, e na qual eu presumo ter acha-

do a verdade, que dei a minha annucncia á sentença do Parecer da Comrnissào : realmente não fefii ainda qual será a minha final opinião; porque lendo sempre prestado homenagem á verdade, mas a uma verdade que eu entenda clara, e evidente, se ella como tal me for apresentada, pôde ser que ainda venha a desapprovar o Parecer; pôde muito bem ser, que eu também mu converta; oxalá que laes conversões podessem realisar-se ! Mas desgraçadamente eu não conto com ás convicções da Opposiçâo.

Sr. Presidente, conclua, a questão só pôde ser tractada como V. Ex.a aiinunciou, a discussão deve ser uma, e única; eu entendo, que a questão não-pôde ser tractada d*outro cinodo : Iodos aqudles Srs. que quizerem impugnar o Parecer d.i Commissão, fica-lbe o campo aberto, podem escolher a posição quê julgarem mais acertada, para combater o Ministério, e S. Ex.a pôde facilmente escolhe-la, elevar as convicções dos que o ouvirem, a abraçar as suas opiniões; o Parecer da Cornmissão pois não pôde ser discutido por parles, quanto mais que uma delias e muilo secundaria, e por consequência muitíssimo sitnples, está ella reduzida ao simples ponto de saber, se 1:750 contos são iguacs a 2:000, ou se são maiores, ou se á somma que vem no Relatório do-Governo', pôde ser maior de que 2:000 contos, isso é que e necessário demonstrar; e quando se de-morislrár que 1:750 conto? e unia quantia superior a 2:000, então â Commissão tendo alterado o verdadeiro ponto da questão, não terá duvida em chir-se por convencida. Na minha Arilhmelica ainda acho. que os 1:750 contos é uma quantia inferior a 2:000.

Nesta Camará também já se disse, que o Parecer da Commiisão não era complexo, porque não tractava de avaliar as transacções feitas: a Coin-missâo não se fez cargo dessas questões, não entrou no mérito dos Contractos que o Governo ÍVz , porque entendeu não ser esta a occasião própria , e esse um ponto que ha de ser examinado pela Com-missão de Fazenda j lá chegaremos, teremos muilo ternpo de analysar essas medidas. Sr. Presidente , voto que adUcusrâo seja uma, única, comoV.Ex." e n n u n cio u.

O Sr. Gavião: — Sr. Presidente, parece-me que estamos d'accòrdo nos principies, pore'm nas consequências entendo que não. Todos os Srs. Deputados, que lem fallado, e tnuilo particularmente o nobre Orador, que me precedeu, reconhece que esta não é a occasião para se trnctar a questão de Fazenda, riias ao niismn lerppo pede á Camará, que tracte esta questão. Eu não sei corno seja possível, que princípios tacs se possam adduzir n*uma questão semilliuntc, e se esta apenas e a occasião própria para tractarmoS da questão Política, como havemos de tractar a questão de Fazenda? Pt Ia própria doutrina dos Srs. Deputados h-mos a traciar asduasqiifstôe*»: h da Política, e a dos Meios; mus só em relação ao tempo dos poderes extraordinários.