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que por todos os títulos lhe pertence em consequência de ser uma Corporação que tanta honra dá á Nação pelo norrie que tem em toda a Europa, e seria uma offensa da parte do Corpo Legislativo se na creação de uma Casa composta de filhos da* quella Universidade , se esquecesse delia ; isto era uma ingratidão que eu não espero ver sanccionada pela Camará, e que não faria a nenhum dos outros Corpos Scientificos; e ainda que, Sr. Presidente, olfsde uma'certa" época para cá, eu tenha observa» do que se tem estabelecido , entre outro.s, o Syste-ma de querer dividir este Estabelecimento, não par-» lilharei eu nunca similhante "opinião; pelo contrario, farei tudo quanto me for possível para lhe conservar as suas prerogativas. Entendo portanto, que sendo a idéa que domina nas cabeças de todos nós, a formação do Conselho Superior de Instrucçã'o, que para lever isto a effeilo e necessário que esse Conselho Superior se estabeleça de modo quepreen-cha-o^seu fim, e para o preencher julgo eminentemente curial e profícuo que a Universidade dê utn certo numero de Membros para a formação do Conselho, bem como todos os outros Estabelecimentos dTnslrucção Superior.

, O Sr. Agostinho Albano: — Sr. Presidente, eu lambem devo a minha educação litteraria á Universidade de Coimbra, tal qual ella-é; ali comecei os meus primeiros estudos, e devo áquella Cor* poração o pouco que tenho no campo litterario ; também lhe devo a honra de me havei sentado no seu Doutoral, e nas Cadeiras do seu Magistério, e não me posso esquecer do tempo em que nos meus primeiros anhos tive a honra de dirigir algumas Cadeiras daquelle Estabelecimento, não digo bem, mas digo com muita applicaçno, e bom desejo da minha parte; também, Sr. Presidente, conservo recordações saudosas daquelle Estabelecimento, e talvez que lhe deva retribuições pela educação primaria qoe ali recebi; pore'm , Sr. Presidente, du-jante o tempo que tive á honra çTexistir n'aquella •Corporação como addido ao Corpo Litterario dos Profesèores; e ate servi como St-cretario d*urna Congregação, e tive também occasiào de conhecer os grande» defeitos, os radicáes defeitos que existiam .naquella Corporação, defeitos que vem de longo tempo , e que vem de uma influencia muito sinistra, que por muito tempo perdurou, e que felizmente vai diminuindo-se, mas que ainda não está exlincta , e dimctiltosamente será extincla, porque é uma influencia que vem de longas eras, talvez séculos e que se transmitte successivamente de uns a outros, e por isso com muita difficuldade ,-se lia de destruir: estes mesmos defeitos foram por mim observados, porque ale' acho influentes, posto que alguns convenientes tenham, nos próprios hábitos com que vestem todos os Membros da Universidade ; diz-se que o habito não faz o monge, enl.ie-lanto os que delle tem conslantemente continuado a usar, tem ficado quasi sempre monges, pela educação que desde o principio daquella Corporação até agora se tem seguido toda fradesca (Uma voz: — Ora ! ... Ora !...; O Orador: — Ora !! .. Sr. Presidentt-, os Srs. Deputados quelátçm estado, sã--bem rnuito bem como isso e', e apenas tem hido aprender; mas eu quê tenho láensinado, tenho muita rnais razão para dizer, que aquella educação .le-,i vê sempre umagrande influencia sobre oensinopu-VOL. 5.°—MAIO—

blico daquella Corporação : comtucfo eu que devo dar-fhe neste Ipgar o meu testemunho de retribuição, e agradecimento onde recebi a minha inslrucção, pequena por minha culpa, que muita podia eu ter, se tivesse talentos; porque Mestres havia muitíssimo hábeis; entretanto o ensino que então existia não era certamente o melhor, se elle tivera sido bom.de seu principio não teria ha-vido a Reforma em 72 ; mas essa Reforma com quanto produzisse então uma melhor inslrucção, porque foi posta em harmonia com a iristrticção geral dessa e'poca , .comtudo, não foi executada como devia ser.- .

Sr. Presidente, o Ensino Publico na Universi* dade conslantemente tem sido mais theorico que pratico, e realmente assim deve ali ser todo o Í£n-sino; mas não deve por isso jamais prescindir-se do Ensino Pratico ; ora este e um dos grandes defeitos que então tinha aquella Corporação, e que ainda hoje continua a existir, sem embargo da Reforma, e ultimamente feita e adoptada para o estado actual dos nossos conhecimentos; diz-se que talvez não fosse necessária essa Reforma de 1836, mas houve-a e ella é a prova de que o Ensino Superior da Universidade não estava em harmonia com o estado dos nossos conhecimentos. Porem, Sr. Presidente^ não é a questão actual ò distinguir, nem o examinar q ua.es eram os defeitos que existiam naquella Corporação, nem se ainda duram, nem as dimculdades que ha em os destruir; não e essa a questão, a questão é agora o rneio porque um Conselho encarn-gado da inspecção da Inslruc-çãb Publica possa levar a^svia acção a todo» os pontos em que se der instrucção, mesmo á Universidade, que possa tornar esta Instituição tão útil como ella pôde ser, porque tem todos os elementos para o ser; em paralello.com aquillo que se pratica ern todas as outras Nações; por esta occasião direi, que depois da ultima Reforma alguma vantagem selem conseguido; porque ella teve em vista excitar os Lentes daquella Corporação, que nunca se apresentaram ao Mundo Litterario com pró-ducções suas começassem aapparecer n'elle dignamente, e na verdade jábaslanle tem apparecido desde a ultima Reforma, e que por certo honra muito seus auctores ; islo raramente acontecia d'antes, porque os próprios Lentes gostavam de esconder comsigo a grande instrucção que tinham; já aí-gum melhoramenlo nesla parle selem sentido, mas e' necessário que seja maior; não entro agora, Sr. Presidente , neste exame porque isso pertence ao referido Conselho, mas entendo, que elle deve exercer na Universidade essa acção, porque tem necessidade delia; não pôde encarregar-se só á própria Universidade esta inspecção e a razão e'vista; porque ainda que os Lentes tenham interesse na sua própria gloria, e reputação; comtudo ainda es* ião possuídos das. preocupações,- que de largo tero--po existem naquella Corporação, não vêem elle» mesmos as alterações que ella carece} porque se elles vissem essas necessidades, deviam ser os próprios a ler,pedido providencias.