O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

( 1239 )

sabia pelas informações geraes que tinha das pessoas que consultei. Quanto aos Vapores bem que não dessem tanta perda, estamos no mesmo ccôo e deve notar-se, que da parle da Empreza estava satisfeito o grande ónus a que ella se sujeitou , o emprego dos seus capitães: relativamente ás estiadas não lia o mesmo, porque não ha nada feito, porque o que ha feito, não sendo continuado, não dá benefício ao povo; quando se mostrar que a Empreza perde eu serei fácil em fazer essas concessões, mas por ora não me parece que tenhamos chegado a esse caso.

O Sr. Rodrigo da Fonseca Magalhães : — Sr, Presidente, o objecto deste artigo e a concessão de uma barreira collocada entre a ponte de Sacavem e Lisboa em uma estrada que a Empreza ha de fazer, deixando livre o transito da estrada velha , que e' a do transito actual, e que daqui por diante velha deverá chamar-se. Este transito comludo não é mui custoso, porque menos a descida de Sacavem para a ponte o resto não está mal conservado, e é de natureza tal que unda por mi.itos annos poderá servir. 'Tracta-sf porem deout rã estrada, que sahia de Lisboa poi Marvilla , PU Poço do Bispo, e siga em direitura á ponte de Sacavem , maij próxima do mar, deixando á esquerda a estrada velha. Neste caso nem e=ta estiada velha fica impedida, nem pôde ser menos frequentada: quem por ella quizer transitar, transitará livre, e gratuitamente ; e desde já se pôde affirmar que será muito mais fieqnentada do que a no\a, porque a parle mais populosa dos subúrbios de Lisboa para Lste tstá próxima a ella, e distante da no\a. A nova passa por terreno pouco povoado, e encosia-se muito ao rio, donde a sua maior distancia poderá ser de meia legoa , on três quartos, e em quasi toda a extenção de muito menos. Deste modo a barreira da estrada nova lia de dar rnenos producto do que parece suppor-se. Só transportes pesados, para os quaes seja custosa a subida , e descida de Sacavem deixaiâo de seguir a direcção antiga, vindo assim a não ser grave o ónus de qne se faz menção.

Haverá dias em que nem um só habitante de Lisboa , e suas visinhanças pague um real de direitos. Estas circunstancias são de todos conhecidas. Ora em quanto ás cons'oeraçòes geraes de qne ao Governo pertence auxiliar as emprezas se os empreza-rios, ou por mau calculo, ou por infortúnios se vêem em lei mós de arrumar-se, isso, Sr. Presidente, e cousa justa, é uma necessidade reconhecida por todos os Governos: aqui citou-se o Governo de França para exemplo; mas o armo passado o Governo Inglez deu aos emprezarios da e-trada de Londres a Liverpool-uma somma do 800:000 libras, pelos per-juízos que lli s sobrevieram para levar a efíeito o caminho de ferro, sem o qual auxilio foi reconhecido que infdllivelmcnte a Empreza perereria : o Paiz ficava sem esse beneficio, e elles arruinados. Este exenip'o é grande; mas não se entenda que se prestam laes auxílios paia evitar a desgruça cie meia dúzia de indivíduos unicamente: se a isto só se attendcsse poderá dizer-*e= f castiga devido á precipilarão^ calcularem tnellwr. = Porém de t.ses perd s reMtlt.i o d muito b-u< , que seria nece^sa-iio que Os Kínprezarios demonstrassem as perdas que

lêem tido, ou as suas faltas de lucros, isto não pôde ser demonstrado senão depois de terem sido postas em pratica as condições do contracto, queio dizer, depois de estabelecidas as diligenuas, depois de feitas as estiadas, e depois de collocadas as barreiras : só então dies poderiam mostrar muito legal , e legitimamente, comparando as despezas com o lúcio, que em logar de ganhar perdiam. Nesse caso unicamente deveria o Governo acudir a auxiliar a Empieza ; mas não e' só nesse caso; eu treio, Sr. Pieíidente, que não h* ninguém que jgnore que ha sete legoas de eslrada feila em grandes trechos, segundo o methodo de Alac-Adam, com a approva-çào dos Conimissarios do Governo daqui ate o Carregado: esla obra importa um grande capital: quem o ignorará l Quem dirá que não estão nessa obra lançados á tena mais de 60 contos de reis? Creio que não escandali3a a pronunciaç'\o da somma, porque todos sabem que não pôde ser menor a des-peza ; porque ha dons annos que neste trabalho se tem empregado muita gente, o capital está sendo calcado pelos pés dos viandantes, e pelas rodas dos carros improdutivamente para os Emprezarios"; e será por culpa sua? Tod* a g-.Mite sabe que a sus-pen^ão dos trabalhos, e demora dos lucios e devida á falta tio cumpiimenlo de obrigações impostas ao Governo, o pagamento das expropriações, sem o que estes homens não podem habilitar-;e para concluir a sua obra, e começar a receber os productos dtlla : o Governo não o cumpriu, e elles por fracos não tiveram a força para o obrigar, e o seu ouro está convertido em pedras quebradas. Não empenharam elles os seus capitães em grande quantidade l E na demora, em quanto não recebem o justo interesse destes capitães que, estão lançados á terra, pôde alguém dizer que deixa de haver uma grande perda , e que a estrada não se está do;criorando l Para que senão deteriore inteiramente não sàotlles obrigados a manter á sua custa homens d^ trabalho! E o publico não se tem utilizado de=le liabalho gratuitamente? Ha por ventuia aiguma duvida em confessar que o transito para o Carregado e muito melhor do que era anlf-s ? O prejuízo está provado, Comparando as forcas dos nossos capitalistas com as dos das outias Nações, lia grande difíorença ; e considerando os lucros que se tiram em Portugal, e os que se tiram ims outros paizt-s, fica entendido que aqui é muito fácil empregar cada um o seu dinheiro tirando doze por emito ao anuo , quando em Inglaterra se dão por venturosos aquelles que tiram três, ou quatro; e então, altendendo-se a esta facilidade de lucrar mais com o emprego do dinheiro em Portugal tio que em outros paizes, pode avaliai-se o prejuízo que os empiezarios tèem soffndo. Sr. Presidente , eu oppuz-rnr aqui quanto pude a que esta empreza de estradas fosse feita por particulares, e ale disse eu frazes algum tanio vulgares (permitta-se-me repeti-las)—Leram o diabo a emprega.— Disse isto porque desgraçadamente antevia o que está succe-dorido, e não por malquerença a pe?st>a nenhuma, nem para satisfazer paixões. Asst-nteJ que o meio de lei mós estradas, era o de as faaer o Governo, ao rnenos as primeira*. Não se venceu o que propus, e eu sujeito-me á decisão que houve. Calculámos oial as ditficuldades quando a matéria foi discutida pela primeira vez, e da segunda não houve melhor fortuna. Convém que emendemos o erro, e não queiramos