O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 24 de Junho de 1919 5

Na Conferência da Paz e nas combinações entre os aliados defenderei tanto mais à vontade os interêsses públicos, quanto mais afastado me encontrar de quaisquer paixões políticas, ainda quando legítimas noutras circunstâncias. Peço, pois, a V. Exa., Sr. Presidente, se digne aceitar e comunicar a todos os Srs. Deputados os protestos do meu vivo reconhecimento, bem como as minhas desculpas por não poder aceder aos seus cativantes desejos". - Afonso Costa.

Bem compreende V. Exa. que outra não podia ser a minha atitude. Espero, por isso, que a Câmara se dignará aceitar a minha renúncia, a fim de que não esteja incompleta a representação nacional.

Com, os meus respeitosos cumprimentos, desejo a V. Exa., Sr. Presidente.

Saúde e Fraternidade. - Afonso Costa.

Para a Secretaria.

Para a comissão de infracções e faltas.

Paris, 19 de Junho de 1919. - Exmo. Sr. Presidente da Câmara dos Deputados - Lisboa. - Tenho a honra de confirmar o seguinte telegrama que hoje enviei a V. Exa.:

"Apresento a V. Exa. os meus maiores agradecimentos pelo seu telegrama de 6 do corrente. Fico altamente reconhecido à Câmara dos Deputados pelo voto unânime com que aprovou a moção do Sr. Vitorino Guimarães, tam honrosa para mim, e considero êsse facto como a maior recompensa que me poderia ser concedida pelos meus serviços à Pátria e à República. Tomei, porém, há muitos meses a inabalável resolução de me afastar da vida política. Essa resolução foi, principalmente, determinada pelas grandes dores morais que o mais revoltante dos procedimentos me causou. Mantenho por isso o meu pedido de renúncia ao lugar de Deputado, sentindo muito não poder tomar outra atitude". - Norton de Matos.

Com muitos cumprimentos, desejo a V. Exa.

Saúde e Fraternidade. - J. M. R. Norton de Matos.

Para a Secretaria.

Para a comissão de infracções e faltas.

O Sr. Presidente: - Como V. Exas. acabaram de ouvir, estamos em presença do duas resoluções inabaláveis, e a Câmara não terá remédio senão submeter-se à vontade daqueles dois Srs. Deputados, lastimando a sua resolução.

Na minha qualidade de Presidente desta Câmara, não posso deixar sem reparo a parte da carta do Sr. Dr. Afonso Costa, em que S. Exa. diz que a sua simples presença nesta casa do Parlamento seria motivo para desencadear paixões e provocar desarmonia.

Ignoro os motivos que levaram S. Exa. a tomar semelhante resolução, mas estou certo de que se S. Exa. não estivesse tam longe de Portugal, reconheceria a grande atmosfera de conciliação que existe entre todos os republicanos portugueses. Se S. Exa. estivesse aqui e tivesse tido ocasião de apreciar a espontaneidade da carinhosa manifestação que, de todos os lados da Câmara, sem excepção, lhe foi feita, estou certo de que S. Exa. se convenceria do que eu afirmo; a sua presença nesta casa em cousa alguma poderia determinar a iniciativa - de qualquer lado da Câmara - dum acto de hostilidade para com S. Exa. ou duma perturbação dentro dos elementos republicanos.

Posto isto, se a Câmara não determinar o contrário, êstes dois pedidos de renúncia vão para a comissão de infracção e faltas.

O Sr. José Gregório de Almeida (por parte da comissão de peticões): - Comunica à Câmara que se instalou a comissão de petições, escolhendo para presidente o Sr. Deputado Evaristo do Carvalho e ao participante para secretário.

O Sr. Presidente: - Encontra-se na sala dos Passos Perdidos o Sr. Deputado António da Costa Ferreira; convido para acompanhar S. Exa. à sala das sessões os Srs. Deputados Aboim Inglês, João Aguas, João Pinheiro e Ladislau Batalha.

São admitidos os seguintes projectos de lei.

Dos Srs. Deputados: José Mendes Nunes Loureiro, Abílio Marçal, Custódio Paiva, Paiva Gomes, Custódio Maldonado de Freitas e Alfredo Pinto de Azevedo e Sousa.