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8 Diário da Câmara dos Deputados

(Apoiados), respondendo assim à atitude assumida pela maioria.

Isto não quere dizer que abandonamos os trabalhos parlamentares, abstendo-nos de intervir nas discussões dos diferentes assuntos submetidos à apreciação do Parlamento, mas simplesmente que não faremos parte das diferentes comissões desta Câmara, o que é, sem dúvida, um direito que nos assiste.

O Sr. Mera Verdial: - Mas temo dever de trabalhar!

O Orador: - Eu não preciso que ninguêm me lembre o meu dever.

O orador não reviu.

O Sr. António Maria da Silva: - Podia-me dispensar de falar depois das palavras pronunciadas pelo Sr. Álvaro de Castro, mas como o ilustre Deputado Sr. António Granjo continuou a fazer referências a quem dirigiu as votações, julgo-me obrigado a fazer algumas considerações.

As pessoas que dirigiram a votação por parte da maioria votaram numa lista de parlamentares que a essa maioria pertencem e se houve surpresa foi para nós, porquanto um meu ilustre amigo que faz parte do partido a que me honro de pertencer, devendo reunir os votos duma maioria quási absoluta, simplesmente por uma questão de idade é que foi eleito vice-presidente.

Vozes: - Não ficou!

O Orador: - Embora nós não façamos questão do facto, não podemos deixar de dar uma satisfação a êsse nosso correligionário, que é querido de toda a maioria, satisfação que não pode envolver, que não envolve as desculpas duma pretendida hostilidade que não passou pela cabeça de nenhum de nós.

O orador não reviu.

O Sr. Júlio Martins: - Sr. Presidente: ouvi as declarações acabadas de fazer à Câmara pelo ilustre Deputado e meu amigo, leader do Partido Republicano Liberal, j3r. António Granjo. S. Exa. parece considerar esta votação que a Câmara realizou hoje para a eleição da Mesa como um acto de hostilidade ao Partido Republicano Liberal, e eu não vejo a razão porquê.

Foi ou não uma eleição de carácter secreto em que cada um de nós votou segundo entendeu em sua consciência?

Sendo assim, seria muito difícil ao Sr. António Granjo saber de quem tinham sido os votos que caíram na urna, porque eu não sei se S. Exa. contou os seus correligionários que estavam na sala e os votos que deitaram na urna.

Quem sabe até mesmo se alguêm do grupo do Sr. António Granjo teria, porventura, votado contrariamente ao que S. Exa. desejava.

O Sr. Afonso de Melo: - Êsse argumento nem parece de V. Exa.

Isso é querer deitar poeira nos nossos olhos!...

O Orador: - Poeira estão V. Exas. lançando, porque toda a gente sabe que os votos devem ser secretos. (Apoiados).

Então pelo facto dos membros do Partido Republicano Liberal não terem sido eleitos para fazerem parte da Mesa, representa isso um acto de hostilidade ao partido?

Eu posso, dalgum modo, entrar na consciência de cada um para saber o voto que vai lançar na urna?

Evidentemente que não.

Sendo assim, eu entendo que a Câmara, votando como votou, não teve eiu vista hostilizar absolutamente ninguêm, mas única e simplesmente votar em quem entendeu, usando dum pleno e completo direito que lhe assiste. (Apoiados).

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: - Está interrompida a sessão por 30 minutos, a fim dos Srs. Deputados confeccionarem as suas listas.

Eram 18 horas.

O Sr. Presidente (às 18 horas e 45 minutos): - Está reaberta a sessão.

Vai proceder-se à eleição.

O Sr. Álvaro de Castro: - Sr. Presidente: como a hora vai já bastante adiantada e ainda existem umas certas dificuldades a respeito de nomes, eu pedia a